O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) subiu pelo segundo mês consecutivo no país. Em julho, o índice de emprego subiu 1,2 ponto, para 78,0 pontos. Esse é o patamar mais elevado do indicador desde outubro de 2022, quando o IAEmp atingiu 79,8 pontos.
O mercado de trabalho brasileiro enfrentou muitos desafios nos últimos meses. Em resumo, a pandemia da covid-19 impactou diversos setores econômicos e provocou a perda de milhões de empregos em todo o planeta, inclusive no Brasil. E foi nesse período que o IAEmp caiu para o menor nível da série histórica.
Pandemia afundou mercado de trabalho
Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a pandemia da covid-19, provocando uma queda histórica no IAEmp. No mês seguinte à decretação da pandemia, o indicador de emprego caiu para 39,7 pontos, menor nível já registrado em toda a série histórica.
No ano de 2021, o índice recuperou um pouco das perdas, mas, em 2022, o saldo voltou a ficar negativo, com o IAEmp caindo 7,1 pontos em relação ao ano anterior. Em outras palavras, o mercado de trabalho brasileiro ficou em uma situação pouco favorável em 2022, mas o saldo de 2023 está se mostrando mais positivo que o do ano passado.
Apesar do avanço em julho, o indicador ainda está abaixo do patamar observado em fevereiro de 2020 (92,0 pontos), último mês antes da decretação da pandemia da Covid-19. Isto quer dizer que o IAEmp não conseguiu recuperar todas as perdas da crise sanitária e segue em nível baixo.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), responsável pela pesquisa, divulgou os dados no início deste mês.
Indicador cresce com mais força
Segundo Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre, o resultado de julho mostra que o indicador de emprego está tendo avanços mais firmes, após resultados fracos nos primeiros meses deste ano. Contudo, o patamar do índice continua historicamente baixo.
“Depois de passar a primeira metade do ano oscilando próximo dos 75 pontos, o IAEmp parece dar sinais mais favoráveis com a segunda alta consecutiva em julho“, disse Tobler.
“Ainda é um movimento tímido perto da desaceleração observada no final de 2022, mas parece que a melhora no ambiente macroeconômico tem sido favorável para as perspectivas de contratação nos próximos meses“, ressaltou o pesquisador.
“A continuidade desse processo é um fator chave, dado que o crescimento econômico é o grande motor para retomada do mercado de trabalho“, ponderou Rodolpho Tobler. Aliás, as projeções de analistas do mercado financeiro sobe indicadores econômicos do país estão cada vez mais otimistas.
Três dos sete componentes do indicador sobem
De acordo com os dados do levantamento, três dos sete componentes do IAEmp subiram no mês passado. Veja abaixo a variação de cada componente em maio de 2023:
- Indústria – Situação Atual dos Negócios: 0,8 ponto;
- Indústria – Tendência dos Negócios: 0,3 ponto;
- Indústria – Emprego Previsto: 0,0 ponto;
- Serviços – Situação Atual dos Negócios: 0,5 ponto;
- Serviços – Tendência dos Negócios: 0,0 ponto;
- Serviços – Emprego Previsto: -0,3 ponto;
- Consumidor – Emprego Local Futuro: -0,1 ponto.
Em síntese, os dados mostram que o emprego se fortaleceu com mais intensidade na indústria em julho, subindo também no setor de serviços, mas recuando para o consumidor, cujo componente analisa o futuro.
A proposito, o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) se baseia em dados das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor. Em suma, ele pode antecipar as direções tomadas pelo mercado de trabalho no Brasil, possuindo relação positiva com o nível de emprego do país.
Desemprego recua no Brasil
A melhora do indicador de emprego da FGV não foi a única a acontecer no mês passado. Os dados mais recentes sobre o mercado de trabalho brasileiro também se mostraram bastante positivos.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo IBGE, a taxa de desocupação caiu para 8,0% no segundo trimestre de 2023. Em resumo, esse foi o melhor resultado para o trimestre desde 2014, o que evidencia os grandes resultados conquistados no primeiro semestre do governo Lula.
A saber, a população desocupada totalizou 8,6 milhões de pessoas no período, o que representa queda de 8,3% em relação ao trimestre anterior (menos 785 mil pessoas) e redução de 14,2% em um ano (menos 1,4 milhão de pessoas desocupadas).
Esses dados mostram que o mercado de trabalho parece estar se recuperando em 2023. Os brasileiros torcem para que a tendência de melhora continue ao longo do ano.