Os brasileiros que pagam aluguel receberam uma notícia bastante positiva nesta terça-feira (30). O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), popularmente conhecido como inflação do aluguel, subiu pelo terceiro mês consecutivo, pressionando ainda mais a renda das pessoas.
Em resumo, o IGP-M teve alta de 0,07% em janeiro, desacelerando fortemente em relação ao mês anterior (0,74%). Os resultados mostram que as pessoas que vivem de aluguel tiveram que pagar um pouco mais caro no início de 2024, em relação ao final de 2023, mas a diferença nem deve ter sido sentida, já que foi muito leve.
Cabe salientar que o IGP-M caiu 3,18% em 2023, aliviando o bolso dos consumidores do país. A redução foi completamente diferente do resultado observado em 2022, quando os preços do aluguel subiram 5,45%, refletindo o bom momento para os brasileiros.
A propósito, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), responsável pelo levantamento, divulgou os dados nesta terça-feira (30).
Entenda o que é IGP-M e qual a sua importância
Em síntese, o IGP-M funciona como um indexador de contratos, incluindo os de locação de imóveis. No entanto, o índice não fica limitado a aluguéis, pois também é utilizado para reajustes de contratos de tarifas públicas e seguros, por exemplo.
Além disso, o indicador também influencia mensalidades de escolas e universidades, tarifa de energia elétrica e planos de saúde. Em outras palavras, o IGP-M é muito importante para diversos segmentos da sociedade, influenciando-os de maneira direta.
Embora os preços tenham subido pelo quinto mês seguido, o índice acumula uma queda de 3,32% nos últimos 12 meses. Isso quer dizer que os preços de locação de imóveis estão mais baratos que há um ano.
Inclusive, o IGP-M acumulava um avanço firme de 3,79% nos últimos 12 meses até janeiro de 2023, resultado praticamente inverso ao atual. Logo, a população que vive de aluguel iniciou este ano se beneficiando com preços mais acessíveis do que no ano passado, apesar das recentes elevações nos valores.
IGP-M abrange três índices
Em suma, a variação do IGP-M se dá por três indicadores:
- Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
- Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
- Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Em novembro, todos os três indicadores ficaram positivos, na comparação com outubro. Esse resultado continuou mantendo o IGP-M, no campo positivo, representando o aumento dos preços para os brasileiros. Aliás, dois dos três componentes aceleraram, impulsionando a taxa do indicador.
Preços ao produtor caem em janeiro
Em resumo, o IPA exerce o maior impacto no IGP-M, respondendo por cerca de 70% do índice. Por isso, o indicador considerado a inflação do aluguel tende a apresentar variações semelhantes a do IPA.
Em janeiro, o indicador caiu 0,09%, após subir 0,97% em dezembro do ano passado. Inclusive, O Coordenador dos Índices de Preços do FGV IBRE, André Braz, revelou que a variação dos preços ao produtor pode sinalizar .
“Nesta edição, o Índice de Preços ao Produtor mostra arrefecimento dos preços das Matérias-Primas Brutas (de 3,06% para 0,49%), o que se mantido nas próximas apurações, pode antecipar a desaceleração dos preços de alimentos industrializados, cujos preços, neste momento, sinalizam aceleração, passando a variação de 0,92% para 1,19%”, disse Braz.
Cabe salientar que o grupo bens intermediários ficou ainda mais negativo em janeiro (-0,74% para -1,62%), influenciado pelo subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -2,77% para -6,73%.
Índice ao consumidor acelera
De modo diferente, o IPC acelerou em janeiro, passando de 0,14% para 0,59%. Em suma, seis das oito classes de despesas pesquisadas pelo FGV IBRE apresentaram aumento dos preços em relação a dezembro. Por isso que a taxa do índice acelerou no mês.
“No âmbito do consumidor, a inflação segue muito concentrada nos grupos Alimentação (de 0,55% para 1,62%) e Educação, Leitura e Recreação (de 0,65% para 2,11%)“, explicou o coordenador.
Segundo André Braz, “os preços dos alimentos in natura subiram refletindo problemas de ofertas típicos da estação“, referindo-se ao grupo alimentação. Já em relação ao grupo educação, “destaca-se o aumento dos Cursos Formais (de 0,00% para 4,78%)“.
Do lado das quedas, ficaram apenas os grupos habitação (0,23% para 0,16%) e transportes (-0,15% para -0,16%). Como as desacelerações foram muito leves, não impactaram de maneira intensa o índice de preço do consumidor.
Os itens que puxaram para baixo a taxa destes grupos foram, respectivamente, “o aluguel residencial, que reverteu de um aumento de 0,51% para uma queda de 0,88%, e a tarifa de táxi, que teve uma redução significativa, de um aumento de 6,89% para uma queda de 2,20%”.
Inflação da construção fica quase estável
Por fim, o terceiro indicador que compõe o IGP-M registrou leve desaceleração em janeiro, ajudando a limitar a alta do IGP-M no mês. A saber, este é o componente que exerce a menor influência na inflação do aluguel.
O INCC variou 0,23% em janeiro, desacelerando em relação a dezembro (0,26%). Em suma, o resultado do indicador foi enfraquecido pela variação de um dos três grupos componentes do INCC. As oscilações foram as seguintes: materiais e equipamentos (0,30% para 0,09%), serviços (0,09% para 0,20%) e mão de obra (0,23% para 0,42%).