Ibovespa SOBE no dia, acumula alta na semana e dispara 10,3% em novembro

Após subir 2,04% na semana passada, o Ibovespa apresentou um resultado ainda mais forte nesta semana. A busca por ativos de risco prevaleceu em quase todos os pregões da semana, impulsionando o indicador para o nível mais elevado dos últimos anos.

Nesta sexta-feira (17) o Ibovespa subiu 0,11%, aos 124.773 pontos. Embora o avanço tenha sido bem tímido, o indicador acumulou forte alta de 3,48% na semana. Com isso, atingiu o maior patamar desde o final de julho de 2021, ou seja, em mais de dois anos.

Em novembro, a alta é ainda mais expressiva, de 6,56%, graças aos avanços expressivos registrados em boa parte dos pregões. Neste mês, houve apenas duas sessões no vermelho, mas as quedas foram tão leves que não afetaram os ganhos acumulados.

Já em novembro, o Ibovespa tem ganhos ainda mais expressivos, de 10,28%. Neste mês, houve apenas três sessões no vermelho, mas as quedas foram tão leves que não afetaram os ganhos acumulados. Por isso que o indicador está com ganhos tão expressivos, algo que não foi visto em nenhum mês deste ano. Já em 2023, o indicador reserva ganhos de 13,70%.

Ibovespa dispara em novembro e acumula ganhos de 13,7% em 2023
Ibovespa dispara em novembro e acumula ganhos de 13,7% em 2023. Imagem: Pixabay.

Meta fiscal do Brasil aumenta otimismo dos investidores

Na quinta-feira (16), o mercado repercutiu a informação de que o governo federal desistiu de alterar a meta fiscal para 2024. Em resumo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vinha defendendo o déficit zero das contas públicas no ano que vem, mas esse informação perdeu força nas últimas semanas.

Isso porque o presidente Lula havia afirmado no final de outubro que “dificilmente” o Brasil conseguiria zerar o déficit em suas contas em 2024. A declaração preocupou o mercado, principalmente por causa da pouca importância que o presidente pareceu dar ao tema.

Ainda em outubro, o ministro Haddad não afirmou nem negou se a meta de zerar o déficit das contas havia mudado. Esse posicionamento foi bem diferente das últimas declarações do ministro, que vinha defendendo fortemente a redução para zero do déficit das contas públicas em 2024, e preocupou o mercado.

Embora o presidente Lula nunca tenha defendido a meta de zerar o déficit das contas, as declarações firmes de Haddad sobre a busca por essa meta pareciam reconfortar o mercado. Contudo, as falas do final de outubro causaram temor entre os investidores. Logo, a confirmação da busca por zerar o déficit das contas em 2024 voltou a animar o mercado nesta semana.

Como o governo pretende zerar o déficit fiscal?

Em primeiro lugar, vale destacar que a decisão do governo em manter a meta de zerar o déficit fiscal em 2024 proporciona maior tempo para o ministro Fernando Haddad. Assim, ele tentará conseguir a tramitação no Congresso Nacional de algumas medidas que aumentem a arrecadação federal.

Além disso, a meta fiscal de 2024 prevê que o governo federal gaste apenas o que arrecadar e o que possuir em caixa. Em outras palavras, o Executivo não irá aumentar a dívida pública com gastos e investimentos, uma vez que irá gastar apenas o que tiver.

Dados econômicos dos EUA animam mercado

Na semana, os mercados também repercutiram a divulgação da inflação de outubro nos EUA. A taxa ficou nula e isso surpreendeu o mercado, já que a expectativa era de alta de 0,1% no mês.

O resultado sucedeu o avanço de 0,4% registrado em setembro e repercutiu de maneira positiva no mercado de câmbio. Isso aconteceu porque a inflação mais fraca que o esperado nos EUA tende a significar que os juros não vão subir no país, algo que os investidores temem que aconteça.

Na verdade, a inflação é um dado muito importante, pois tem o poder de influenciar o rumo da política monetária nos EUA. Quanto mais elevada está a inflação, maiores são os riscos de o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, elevar os juros no país, algo que os investidores não desejam.

Em suma, especialistas entendem que o Fed está bastante dependente dos dados para tomar qualquer decisão. Portanto, os dados mais fracos da inflação animaram os investidores, que buscaram ativos de risco durante alguns pregões da semana, deixando o dólar de lado.

Petróleo dispara no dia e salva Ibovespa de queda

Na sessão de hoje (17), 60 das 86 ações listadas no Ibovespa fecharam o dia em queda, puxando o indicador para baixo. Contudo, os avanços foram mais expressivos que os recuos, apesar de terem sido bem menos volumosos.

Na sessão desta sexta-feira, as ações que tiveram os maiores avanços percentuais foram:

  1. Petrobras ON: 4,22%;
  2. Petrorecsa ON: 3,36%;
  3. Petrobras PN: 3,26%;
  4. Azul PN: 3,00%;
  5. 3R Petroleum ON: 2,87%;
  6. PetroRio ON: 2,54%.

Os principais avanços vieram de ações relacionadas ao petróleo, que disparou nesta sexta-feira (17). Com sinais de corte na produção, o preço do petróleo Brent, que é referência mundial, saltou 4,12%, mas nem isso conseguiu eliminar a perda de 1,01% na semana. Ainda assim, o resultado de hoje impulsionou os papeis das petroleiras listadas no Ibovespa.

A principal delas é a Petrobras, cujos papeis ordinários e preferenciais estão no indicador. A companhia é a segunda maior empresa listada no Ibovespa, respondendo por 12% da carteira. Por isso, o avanço destas ações salvou o Ibovespa de uma queda na sessão.

78 das 86 ações do Ibovespa sobem na semana

Já no acumulado semanal, 78 papeis acumularam ganhos, enquanto apenas oito ficaram no vermelho. Esse resultado foi muito positivo e fez o Ibovespa fechar a semana com um forte avanço.

A carteira teórica mais famosa do país movimentou, em média, R$ 23 bilhões por dia nesta semana, 21% acima da média dos últimos 12 meses (R$ 18,5 bilhões). Em novembro, o indicador está com uma média diária de R$ 20,4 bilhões, segundo maior montante de 2023, atrás apenas da média diária de junho (21,1 bilhões).

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