Haddad sobre aumento dos combustíveis: “medida necessária”

Em entrevista, Ministro da Fazenda disse que a reoneração dos combustíveis foi uma medida necessária para a economia

Nos últimos meses, motoristas de todo o país começaram a sentir o impacto dos aumentos de determinados combustíveis em todas as regiões do país. Parte desta elevação ocorreu por causa de uma medida específica do Governo Federal: a reoneração. Trata-se basicamente de um sistema de retomada de cobranças de impostos sobre a gasolina e o etanol.

Em entrevista ao portal Metrópoles nesta quarta-feira (26), o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) foi perguntado sobre este sistema. Entre outros pontos, ele disse que a reoneração foi um ato que recebeu muita resistência, mas frisou que este aumento era o certo a se fazer para o bem da economia nacional.

“A reoneração dos combustíveis sofreu muita resistência, mas era o certo a se fazer. Eu disse desde o primeiro momento que se nós fizéssemos isso, o dólar ia cair, como de fato caiu. O impacto sobre a Petrobras ia ser pequeno, justamente porque ela ia ter um dólar… o dólar está R$ 4,75. Quando nós assumimos o dólar estava na casa dos R$ 5,30”, disse o Ministro.

Atuação da Petrobras

O Ministro da Fazenda defendeu que ao aplicar a reoneração, o dólar caiu, e a Petrobras encontrou espaço para reduzir os preços dos combustíveis. Assim, ainda de acordo com o chefe da pasta econômica, os motoristas não sentiram muita diferença, porque mesmo com a reoneração, a estatal conseguiu aplicar várias reduções na gasolina e no etanol.

“Então há um ganho para a Petrobras, porque o valor é convertido em real, e isso acaba gerando um espaço que permitiu justamente fazer os ajustes nos preços dos combustíveis. E todo mundo sabe que mesmo com a reoneração, os preços estão menores do que os preços que eram praticados pelo governo anterior”, disse o Ministro. 

Comparação com Bolsonaro

Na mesma entrevista, o Ministro da Fazenda também fez comparações do atual governo com o governo anterior. De acordo com ele, os preços atuais dos combustíveis estão mais baixos do que no ano passado. Sem citar nomes, ele também disse que a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria sido populista.

“O governo anterior desonerou os combustíveis. (os preços subiram no ano passado) justamente porque o dólar explodiu. O tiro saiu pela culatra no governo anterior né? Ele imaginava fazer uma coisa e fez outra. É a mesma coisa com os juros de 2%. Baixou os juros para 2% e o dólar foi para R$ 5,80. Em economia você tem que ter muita cautela sobre como é que você vai se conduzir. Se você errar na medida, você põe tudo a perder. Ás vezes você está fazendo uma coisa simpática e populista e ela gera uns resultados opostos dos pretendidos”, completou o Ministro da Fazenda na entrevista.

Haddad sobre aumento dos combustíveis: "medida necessária"
Haddad defendeu que reoneração foi medida necessária. Imagem: Valter Campanato/ Agência Brasil

Não é verdade, no entanto, que o preço médio da gasolina esteja mais baixo agora do que o registrado no ano passado. Em dezembro de 2022, dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP) apontavam que a média do litro estava na casa dos R$ 4,30. Em junho deste ano, antes mesmo da segunda rodada da reoneração, a média era de R$ 4,67.

Reoneração dos combustíveis

Vale lembrar que o processo de reoneração dos combustíveis está sendo feito de maneira gradual. A primeira parte do retorno dos impostos foi aplicada apenas na gasolina e no etanol no último mês de março. Em julho foi aplicada a segunda rodada.

O diesel segue desonerado até aqui. Mas o Governo Federal já confirmou que vai reonerar este combustível já a partir do mês de setembro deste ano. A arrecadação vai ser usada para cobrir o buraco deixado pelo programa de barateamento dos carros populares, lançado recentemente pelo poder executivo, e que já chegou ao fim de maneira oficial.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.