Grupos de hackers usam Telegram, Signal e Dark Web para apoiar manifestantes no Irã

Os grupos do Telegram variam de 900 a 12 mil membros, fornecendo listas de proxies e VPN que ajudam a contornar a censura no Irã

A Check Point Research (CPR), divisão de Inteligência em Ameaças da Check Point Software Technologies, observou vários grupos de hackers usando aplicativos como Telegram e Signal e até a Dark Web para ajudar manifestantes antigovernamentais no Irã a contornar as restrições do regime. As principais atividades são vazamento e venda de dados, incluindo números de telefone e e-mails de funcionários e mapas de locais confidenciais.

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A CPR verificou também o compartilhamento de servidores VPN abertos para contornar a censura e relatórios sobre o status da Internet no Irã, bem como o hacking de conversas e guias. Esse cenário tem relação com os protestos que estão ocorrendo no Irã contra a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, ocorrida no dia 16 de setembro, quando ela estava sob custódia da polícia dos costumes por não estar usando o véu muçulmano de acordo com as regras do país. 

A Check Point Research (CPR) vem observando os grupos de hackers desde o primeiro dia após o início dos protestos contra o governo do Irã. Especificamente, esses grupos de hackers estão permitindo que as pessoas no Irã se comuniquem, compartilhem notícias e saibam o que está acontecendo em diferentes lugares, que é exatamente o que o governo está tentando evitar para diminuir os protestos. 

Entretanto, como de costume com essas revoltas, existem alguns grupos de cibercriminosos que tentam lucrar com a situação e vendem informações do Irã e do regime de governo. Nesse caso, eles realmente agem como cibercriminosos, buscando formas de rentabilizar enquanto pessoas buscam liberdade civil. 

Grupos no Telegram 

Abaixo, a CPR disponibiliza uma lista dos grupos hackers no Irã de que estão usando o Telegram para comunicação ou venda de informações:

  • Grupo ARVIN 

Membros: aproximadamente 5 mil 

Atividades: Compartilhamento de informações. 

Ação atual: Foco em notícias dos protestos no Irã, relatórios e vídeos das ruas onde os protestos estão acontecendo e informações sobre o status da internet no Irã.  

  • Canal oficial do grupo Atlas Intelligence Group 

Membros: aproximadamente 900 

Atividades: Vazamento e venda de dados 

Ação atual: O grupo está atualmente concentrando-se no vazamento de dados que podem ajudar contra o regime no Irã, incluindo números de telefone e e-mails de autoridades e mapas de locais confidenciais. Claro, eles também estão tentando vender as informações “privadas” no Corpo de Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC). 

  • Grupo RedBlue 

Membros: aproximadamente 4 mil 

Atividades: Conversas e guias sobre hackers; parte do site de hackers hide01[.]ir; que é operado por iranianos; sobre hackers de computadores e software. 

Ação atual: Algumas das conversas são sobre contornar a censura e ajudar aqueles que vivem no Irã a acessar sites de mídia social. 

  • Grupo Tor Project 

Membros: aproximadamente 12 mil 

Atividades: Atualizações regulares sobre o Tor Project; este grupo faz parte dos canais regulares que o Tor Project está enviando mensagens para a comunidade. 

Ação atual: Atualmente fazendo o mesmo, mas com alguma ênfase na ajuda que o Tor pode trazer aos manifestantes no Irã. Além do Telegram, o grupo também usa uma página web acessada via navegador Tor. 

Atuação do Signal e o uso da dark web 

O Signal é um aplicativo de mensagens desenvolvido pela Signal Foundation, sem fins lucrativos. Os usuários podem enviar mensagens individuais e em grupo, que podem incluir arquivos, notas de voz, imagens e vídeos, bem como chamadas de voz e vídeo. A empresa decidiu também se juntar aos esforços e apoiar os manifestantes que protestam no Irã, ajudando outras pessoas a configurar servidores proxy que podem ser usados para contornar a censura no Irã. 

A Check Point também observou que a Dark Web tem sido utilizada para iranianos obterem informações e se comunicarem. Assim como os grupos do Telegram, eles estão ajudando os manifestantes a contornar as restrições e censuras, que estão atualmente em vigor pelo regime iraniano, para reprimir os protestos. 

A empresa ressalta que esses grupos de hackers permitem que as pessoas no Irã se comuniquem, compartilhem notícias e acompanhem o que está acontecendo em diferentes lugares. Prosseguimos monitorando essa situação.

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