Um grupo de parlamentares da base de Governo do Presidente Jair Bolsonaro está tentando destravar um projeto que limita os supersalários no serviço público no Brasil. Esse é um documento que está em tramitação na Câmara dos Deputados desde o último ano de 2016.
A ideia desses deputados é votar esse texto junto com a Reforma Administrativa. E há um motivo para isso. É que o objetivo aqui é tornar essa Reforma mais popular aos olhos da população neste momento. Há muita resistência sobre ela não só entre a oposição, como na base do Governo também.
Acontece que é sempre importante lembrar que o Brasil está em ano pré-eleitoral. Assim, a grande maioria dos deputados não quer votar uma Reforma que possa tirar voto deles em 2022. Por isso, eles querem deixar a ideia um pouco mais palatável para a população.
Esse texto que regulamenta os supersalários no Brasil atinge boa parte dos militares e dos magistrados do país. São trabalhadores que ganham salários muito acima de qualquer teto. E que naturalmente recebem muito mais do que a média de renda da grande maioria dos brasileiros.
Vale lembrar que a Reforma Administrativa, do que jeito que está, não atinge os militares e os magistrados. Na verdade, ela vai fundo muito mais fundo nos direitos dos servidores públicos que costumam receber menos. E essa é uma das grandes polêmicas do texto.
Reforma Administrativa
Mesmo diante de tanta polêmica, o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) vem dizendo que vai aprovar o texto de qualquer forma. Na verdade, ele vem dizendo isso desde que era candidato ao cargo ainda no início deste ano.
No entanto, ele acabou adiando essa votação porque considerou que aprovar o retorno do Auxílio Emergencial era algo mais importante para a população em um primeiro momento. Agora, como o Governo está pagando o benefício, ele quer focar completamente nesta Reforma.
De acordo com Lira, esse tipo de projeto seria importante para fazer com que o Brasil gaste menos. Isso, ainda segundo ele, iria contribuir para que o país voltasse a crescer. Assim, a nação acabaria gerando inclusive mais empregos para as pessoas que estão aptas ao trabalho.
Protestos de trabalhadores
Aprovar essa Reforma, no entanto, não tende a ser uma tarefa fácil. Nos últimos meses, vários grupos trabalhistas realizaram protestos contra a aprovação do texto. Esses servidores públicos afirmam que a pauta mexeria diretamente com os direitos deles.
Aliás, um dos pontos de maior polêmica é em relação ao processo de estabilidade desses empregados. É que a Reforma muda completamente as regras desse ponto. Os trabalhadores afirmam que isso acabaria fazendo com que eles trabalhassem sem nenhum tipo de segurança contra demissões.
De acordo com informações de bastidores, o Presidente Jair Bolsonaro não está disposto a se envolver muito nesta discussão. É que assim como os deputados, ele também tem uma eleição presidencial para disputar no próximo ano. Aparentemente, ele não quer colar sua imagem em um projeto que parece ser impopular.