Grupo pede privatização de estatais para aumentar valor do Auxílio

Um grupo de internautas está tentando realizar uma campanha online para pedir a privatização das empresas públicas. Em resumo, eles estão pedindo para que o Governo privatize essas estatais, e use o dinheiro da venda no aumento do valor do Auxílio Emergencial.

O valor do Auxílio Emergencial é um dos pontos de maior crítica de boa parte da população neste momento. De acordo com o próprio Ministério da Cidadania, que responde pelo Auxílio, os valores este ano variam entre R$ 150 e R$ 375.

Esse dinheiro não dá portanto para pagar uma cesta básica nas principais cidades do país. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, o valor médio dessas cestas costuma passar dos R$ 600 com certa frequência. Foi pensando nisso que esse grupo de internautas decidiu se manifestar na internet.

O grupo não reúne muitas pessoas. No Twitter, por exemplo, o  hastag #privatzatudo tinha algumas dezenas de mensagens até a publicação desta matéria nesta segunda-feira (12). Seja como for, o grupo estava confiante de que o Governo pode vender as estatais como Petrobras, Eletrobras e Correios.

“As estatais dependentes custaram cerca de R$ 20 bi em 2020. Se a União não tivesse que carregar esse peso este valor pagaria metade do auxílio emergencial de 2021 que será de R$ 44 bi assistindo 40 milhões de famílias”, disse o empreendedor Salim Mattar, que se considera um “liberal”.

Ideia de Paulo Guedes

Mas o fato é que esse movimento nas redes sociais não começou do nada. Há alguns meses, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em entrevista que essa não seria uma má ideia. Ele disse ainda que essa é uma situação onde o Brasil teria mesmo que fazer sacrifícios para conseguir pagar o auxílio.

O próprio Governo do Presidente Jair Bolsonaro venceu as eleições com um discurso de privatização das estatais brasileiras. Desde que venceu, Bolsonaro não abandonou essa agenda. Embora na prática as privatizações estejam acontecendo em um ritmo lento, na teoria ele ainda diz que vai fazê-las.

Antes de tudo isso, um grupo de empresários já vinha realizando reuniões para discutir o tema da privatização. Em uma apresentação ao público, membros do Banco Itaú chegaram a dizer que essa seria uma ótima ideia. Mas na prática, não é isso o que está acontecendo ainda.

O Auxílio Emergencial deste ano não está indo para o bolso de brasileiros com dinheiro de privatizações. Há um teto de R$ 44 bilhões que o Governo vai pode usar. Mas esse dinheiro não vem de nenhum venda. Pelo menos é isso o que se tem de informação oficial sobre o tema.

O que dizem os críticos

Seja como for, muita gente nas redes sociais está criticando muito a ideia de privatizar as empresas públicas para pagar o Auxílio Emergencial. Na visão dessas pessoas essas empresas dão muito lucro para o Brasil. Assim, ainda de acordo com eles, usar elas como moeda de troca para pagar um Auxílio não seria um bom negócio.

Há inclusive um movimento contrário à esta ideia crescendo também nas redes sociais. Este movimento está ganhando apoio de vários parlamentares e nomes da esquerda brasileira. O Deputado Federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) já criticaram publicamente esta ideia de Paulo Guedes.

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