A semana trouxe uma grande notícia para os brasileiros. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a cesta básica ficou mais barata em 10 das 17 capitais pesquisadas em junho de 2023.
Isso quer dizer que boa parte dos consumidores pagaram um pouco mais barato para adquirir itens da cesta básica nos supermercados no mês passado. Aliás, o resultado é bem semelhante ao observado em maio, quando os valores caíram em 11 capitais.
Confira os locais cujo preço da cesta básica caiu em junho:
- Goiânia: -5,04%;
- Brasília: -2,29%;
- Vitória: -2,08%;
- Fortaleza: -1,71%;
- Belo Horizonte: -1,62%;
- Belém: -1,48%;
- Rio de Janeiro: -1,17%;
- São Paulo: -1,11%;
- Porto Alegre: -1,02%;
- Curitiba: -0,37%.
Em contrapartida, os valores da cesta básica subiram nas outras sete capitais pesquisadas, com destaque para o Nordeste, que lideraram os avanços em junho. Confira abaixo as variações registradas:
- Recife: 5,79%;
- Natal: 5,00%;
- João Pessoa: 4,12%;
- Aracaju: 2,41%;
- Campo Grande: 0,84%;
- Florianópolis: 0,84%;
- Salvador: 0,26%.
Cesta básica mais cara do país
Com o acréscimo das variações de junho, a cesta básica de São Paulo seguiu como a mais cara do país. Em síntese, os moradores da capital paulista tiveram que desembolsar R$ 783,05 no mês passado para adquirir uma cesta básica na região.
Esse valor correspondeu a 59,3% do salário mínimo vigente no país (R$ 1.320) em junho. Em outras palavras, o trabalhador do país que recebia o piso nacional no mês passado, e morava em São Paulo, gastou mais da metade da sua renda para adquirir uma cesta básica.
Por esta razão, milhares de pessoas são obrigadas a reduzirem os custos com as demais despesas, visto que sobra pouco do salário para ser utilizado em qualquer outra coisa. Inclusive, muitos itens e serviços importantes se encaixam nessa “sobra”, como, por exemplo, contas de luz e água, aluguel, prestação de casa e carnês de loja.
Cabe salientar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elevou o salário mínimo no país no dia 1º de maio, para R$ 1.320. Até abril, o piso nacional salarial era de R$ 1.302. Caso esse valor continuasse em vigor, a cesta básica de São Paulo corresponderia a 60,1% do salário mínimo.
Salário mínimo ideal surpreende
Em suma, o Dieese não revelou apenas a variação nos preços da cesta básica em junho de 2023. A entidade também estimou qual seria o salário mínimo ideal do Brasil. Para isso, levou em consideração o valor da cesta básica mais cara do país no mês passado, que foi a de São Paulo.
Nesse caso, o piso salarial deveria ter sido de R$ 6.578,41 em junho, valor 4,98 vezes maior que o salário mínimo vigente no país. Em junho de 2022, o mínimo necessário deveria ter sido de R$ 6.652,09, valor 5,04 vezes superior ao piso que vigorava na época (R$ 1.212).
A pesquisa também mostrou que para um trabalhador atuante em São Paulo conseguisse adquirir produtos da cesta básica foi necessário um tempo médio laboral de 130 horas e 31 minutos em junho.
Embora a média nacional também tenha ficado bastante elevada no mês passado, não chegou ao mesmo patamar que o de São Paulo. Segundo o Dieese, o tempo a ser trabalhado no país para adquirir uma cesta básica em junho foi de 113 horas e 13 minutos, tempo semelhante ao de maio (113 horas e 19 minutos).
Em resumo, o valor da cesta básica se refere ao conjunto de alimentos básicos, que são aqueles necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês. O cálculo do Dieese considera uma família composta por dois adultos e duas crianças.
Ainda vale destacar que o Dieese levou em consideração os descontos referentes à Previdência Social, de 7,5%. Dessa forma, conseguiu chegar a um valor bastante aproximado do necessário para as pessoas terem uma vida digna no país.
Descubra qual capital teve a cesta básica mais barata
Ainda considerando o levantamento do Dieese, confira quais foram os locais que apresentaram valores menores que o de São Paulo para a cesta básica em junho:
- São Paulo: R$ 783,05;
- Porto Alegre: R$ 773,56;
- Florianópolis: R$ 771,54;
- Rio Janeiro: R$ 741,00;
- Campo Grande: R$ 730,19;
- Curitiba: R$ 701,22;
- Vitória: R$ 691,34;
- Brasília: R$ 687,33;
- Goiânia: R$ 669,39;
- Fortaleza: R$ 661,16;
- Belém: R$ 659,89;
- Belo Horizonte: R$ 656,02;
- Natal: R$ 632,27;
- Recife: R$ 621,14;
- João Pessoa: R$ 604,89;
- Salvador: R$ 595,84;
- Aracaju: R$ 561,11.
No caso de Aracaju, que teve a cesta básica mais barata do país em junho, assim como vem acontecendo nos últimos meses, o valor dos alimentos básicos comprometeu 42,5% do salário mínimo, taxa bem menor que a de São Paulo, mas ainda bastante elevada. Aliás, essa não foi a única diferença entre estes locais.
Quem estava morando em Aracaju em junho precisou trabalhar 94 horas e 31 minutos para adquirir uma cesta básica. A saber, em São Paulo, a pessoa precisou trabalhar 36 horas a mais para comprar os mesmos produtos no mês.
Por fim, caso a cesta básica de Aracaju fosse a mais cara do país, sendo utilizada pelo Dieese para determinar o salário mínimo ideal, os brasileiros deveriam ter um piso de R$ 4.713,89, valor 28,3% menor que o mínimo ideal em comparação à cesta de São Paulo.