O mês de setembro de 2025 começou com uma excelente notícia para os brasileiros. O programa Crédito do Trabalhador, lançado pelo governo federal em março deste ano, registrou uma significativa queda nas taxas de juros dos empréstimos consignados, beneficiando ainda mais os milhões de brasileiros que já aderiram à iniciativa.

De acordo com dados oficiais do Ministério do Trabalho e Emprego, a taxa média de juros do programa caiu de 3,48% para 2,62% em apenas quatro dias no início do mês. Esta redução representa um alívio financeiro para os trabalhadores que buscam crédito com condições mais favoráveis no mercado.
5 milhões de trabalhadores beneficiados
Até o início de setembro, o Crédito do Trabalhador já soma R$ 46,5 bilhões em empréstimos, beneficiando 5 milhões de trabalhadores em todo o país, com 7,8 milhões de contratos ativos. Este volume inclui mais de R$ 15 bilhões provenientes da migração de contratos antigos de consignados para o novo programa.
Aos poucos, o programa vai se consolidando e os juros vão caindo, até porque não vamos tolerar taxas abusivas
afirmou o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, destacando o compromisso do governo em garantir condições justas para os trabalhadores brasileiros.
Como funciona o Crédito do Trabalhador
Criado por Medida Provisória assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 12 de março de 2025, o Crédito do Trabalhador é uma linha de empréstimo consignado destinada aos profissionais do setor privado. O programa permite que trabalhadores com carteira assinada utilizem a Carteira de Trabalho Digital para acessar empréstimos com juros mais baixos que os praticados no mercado tradicional.
A iniciativa foi projetada para atender públicos anteriormente excluídos das modalidades de consignado, como empregados domésticos, trabalhadores rurais e assalariados de Microempreendedores Individuais (MEIs). Ao todo, o programa tem potencial para beneficiar mais de 47 milhões de trabalhadores formais no Brasil.
Vantagens financeiras
A redução das taxas de juros no Crédito do Trabalhador representa uma economia para quem contrata o empréstimo. Segundo exemplos apresentados pelo ministro Luiz Marinho, um trabalhador que pagava uma prestação de aproximadamente R$ 1.600 em um consignado convencional pode ver esse valor reduzido para cerca de R$ 830, mantendo a mesma quantidade de parcelas.
Esta economia se deve principalmente ao modelo de funcionamento do programa, que utiliza como garantia até 10% do saldo do FGTS do trabalhador e 100% da multa rescisória em caso de demissão. Além disso, as parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento, via eSocial, o que reduz significativamente o risco de inadimplência para as instituições financeiras.
Comparativo com outras modalidades de crédito
Para se ter uma ideia do quanto o Crédito do Trabalhador é vantajoso, basta comparar suas taxas com outras modalidades de crédito disponíveis no mercado. Segundo dados do Banco Central divulgados em abril de 2025, enquanto o consignado do programa apresenta uma taxa média de 3,55% (agora reduzida para 2,62%), outras opções de crédito pessoal apresentam taxas muito mais elevadas:
- Cheque especial: 7,4% ao mês
- Rotativo do cartão de crédito: 15,1% ao mês
- Crédito pessoal sem consignação: 6,2% ao mês
Esta diferença pode representar uma economia de milhares de reais ao longo da vida do empréstimo, especialmente para trabalhadores que desejam quitar dívidas mais caras.
Migração de contratos e crescimento acelerado
Um dos fatores que impulsionou o crescimento do programa foi a possibilidade de migração de contratos antigos de consignados para o Crédito do Trabalhador. Em apenas uma semana, o volume de operações saltou de R$ 31,8 bilhões (registrado em 28 de agosto) para R$ 46,5 bilhões (em 4 de setembro), um crescimento expressivo de quase 50%.
Este aumento é resultado da migração de 4 milhões de contratos de consignados antigos para a plataforma do programa. Entre as instituições financeiras, o Itaú lidera em valores migrados, com aproximadamente R$ 10 bilhões, seguido pelo Santander, com R$ 9 bilhões, e pelo Banco do Brasil, com R$ 7,3 bilhões. A migração total desses contratos deve ser concluída até outubro.
Quem pode solicitar o Crédito do Trabalhador
O Crédito do Trabalhador está disponível para todos os profissionais com carteira de trabalho assinada, incluindo:
- Trabalhadores de empresas privadas
- Empregados domésticos
- Trabalhadores rurais com registro formal
- Assalariados contratados por MEIs
Para solicitar o empréstimo, o trabalhador pode utilizar o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, onde tem a possibilidade de receber propostas de diversos bancos e comparar as condições oferecidas. Desde 25 de abril, também é possível realizar contratações diretamente pelos canais eletrônicos dos bancos.
Como solicitar o empréstimo via Crédito do Trabalhador?
Como Solicitar – Passo a Passo:
1. Acesse o app Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital)
- Baixe o aplicativo no seu celular
- Faça login com sua conta gov.br
2. Manifeste interesse no crédito
- Na aba “Crédito do Trabalhador”, o interessado autoriza o acesso a dados como nome, CPF, margem do salário disponível para consignação e tempo de empresa
- Autorize o compartilhamento de dados (LGPD)
3. Receba as propostas
- A partir da autorização, o trabalhador recebe as ofertas em até 24h
- Compare as taxas de mais de 80 instituições financeiras
4. Contrate direto com o banco
- Escolha a melhor proposta
- Finalize a contratação no canal do banco escolhido
Portabilidade: mais economia para o trabalhador
Outra vantagem importante do Crédito do Trabalhador é a possibilidade de portabilidade entre instituições financeiras, disponível desde junho de 2025. Com isso, os trabalhadores podem transferir seus empréstimos para bancos que ofereçam taxas mais competitivas, gerando ainda mais economia.
Esta funcionalidade cria uma espécie de “leilão” entre os bancos, incentivando a concorrência e beneficiando diretamente o consumidor com taxas cada vez menores. A portabilidade pode ser solicitada diretamente nas instituições financeiras.
Precauções ao contratar o empréstimo
Apesar das vantagens, é importante que os trabalhadores tomem algumas precauções ao contratar o Crédito do Trabalhador:
- Compare as taxas de juros entre diferentes instituições financeiras
- Avalie o impacto das parcelas no orçamento mensal, considerando que elas serão descontadas diretamente do salário
- Utilize o crédito preferencialmente para quitar dívidas mais caras ou para investimentos que melhorem sua qualidade de vida
- Lembre-se que o valor máximo comprometido pode chegar a 35% do salário
O Ministério do Trabalho e Emprego reforça a orientação para que os trabalhadores comparem as taxas antes de contratar, façam a operação com cautela e priorizem o uso do crédito para quitar dívidas existentes com juros mais altos.
Como funciona em caso de demissão
Uma dúvida comum entre os trabalhadores refere-se ao que acontece com o empréstimo em caso de demissão. De acordo com as regras do programa, no caso de desligamento, o desconto será aplicado sobre as verbas rescisórias, observado o limite legal.
Além disso, o trabalhador pode usar como garantia até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória em caso de demissão sem justa causa. Essas garantias ajudam a reduzir o risco para os bancos, o que contribui para as taxas de juros mais baixas.
Perspectivas futuras
Com a tendência de queda nas taxas de juros e o sucesso na adesão dos trabalhadores, o Crédito do Trabalhador se consolida como uma das principais políticas de acesso ao crédito com condições justas no Brasil. A estimativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) é que, em até quatro anos, cerca de 19 milhões de celetistas optem pela consignação dos salários, o que pode representar mais de R$ 120 bilhões em empréstimos contratados.
Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, “esse programa talvez seja o mais revolucionário no médio prazo. São 47 milhões de pessoas que hoje estão pagando mais de 5% ao mês de juros no crédito pessoal. Com essa garantia que vai ser oferecida, as taxas podem cair 50% ou mais”.
O sucesso do programa em setembro reforça essa perspectiva otimista, mostrando que o Crédito do Trabalhador veio para ficar e para transformar positivamente a relação dos brasileiros com o crédito consignado.
Perguntas Frequentes
O que é o Crédito do Trabalhador?
É um programa do governo federal que oferece empréstimo consignado com taxas de juros reduzidas para trabalhadores do setor privado com carteira assinada, incluindo domésticos, rurais e funcionários de MEIs.
Quem pode solicitar o Crédito do Trabalhador?
Todos os trabalhadores com carteira assinada, incluindo empregados de empresas privadas, domésticos, rurais e contratados por MEIs.
Como solicitar o empréstimo?
A solicitação pode ser feita pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital ou pelos canais eletrônicos dos bancos habilitados no programa.
Qual a taxa de juros atual do programa?
Em setembro de 2025, a taxa média caiu para 2,62%, bem abaixo das outras modalidades de crédito disponíveis no mercado.
Posso transferir meu empréstimo consignado atual para o Crédito do Trabalhador?
Sim, a migração de contratos antigos está disponível desde 25 de abril de 2025, e a portabilidade entre bancos pode ser realizada desde junho de 2025.
O que acontece com o empréstimo se eu for demitido?
Em caso de demissão, o desconto será aplicado sobre as verbas rescisórias, dentro do limite legal. O trabalhador pode usar como garantia até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória.
Qual o limite de comprometimento da renda?
O programa permite comprometer até 35% do salário com as parcelas do empréstimo.
O Crédito do Trabalhador substitui o Saque-Aniversário do FGTS?
Não, o Saque-Aniversário continua em vigor normalmente. São programas independentes.
Quais bancos oferecem o Crédito do Trabalhador?
Mais de 80 instituições financeiras estão habilitadas para operar o programa, incluindo os principais bancos do país como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Itaú e Santander.
Qual a principal vantagem do Crédito do Trabalhador?
A principal vantagem é a taxa de juros significativamente menor em comparação com outras modalidades de crédito, permitindo que o trabalhador troque dívidas caras por um financiamento mais acessível.







