Que a situação econômica não está boa para os mais pobres no Brasil não é novidade, mas uma pesquisa inédita revelou que 40% da população deixa de comprar roupas, sapatos e eletrodomésticos apenas para conseguir pagar o gás e a conta de luz. O levantamento foi realizado pelo Instituto Clima e Sociedade ao Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) e divulgado pelo Fantástico.
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Para se ter uma ideia do problema das altas da conta de luz, um total 46% das famílias afirmaram que a conta de luz já compromete metade ou mais da metade da renda – sendo que duas regiões foram as mais impactadas – Norte e Nordeste.
A pesquisa foi realizado em 2021 e o IPEC entrevistou 2.002 brasileiros que tinha mais de 16 anos de idade espalhados pelas 5 regiões do país.
Aumento do gás de cozinha foi sentido pela população
O levantamento revelou que para 52% dos entrevistados o preço do gás de cozinha, das fontes de energia, é o que vem sendo mais significativo e pesando no bolso.
Outro dado que chama atenção é: 22% afirmou que reduziu a compra de alimentos para conseguir continuar usando tanto a luz elétrica quanto o gás de cozinha. O percentual é ainda maior no Nordeste: 28%.
E quando se fala em conta de luz a solução foi economizar e apostar em banhos mais rápidos e apagar as luzes. Há quem tenha sentido um aumento de mais de 100% no preço da conta de luz, o que pesou no bolso.
Programas sociais
Para lidar com essa problemática o governo federal destacou os programas sociais oferecidos: tarifa social de energia elétrica e Auxílio Gás.
Um que já existe e está em vigor é tarifa social de energia elétrica, onde os descontos podem variar de 10% e 65% – a depender da família e do seu consumo mensal. Ao todo, diz o governo, 12,4 milhões já recebem e que outras 11 milhões de famílias devem receber graças a nova regra – confira aqui se você pode.
Outro programa Auxílio Gás, atualmente no valor de R$ 52, pago até agora apenas para as famílias de Minas Gerais e Bahia que foram atingidas pelas chuvas, porém o calendário para janeiro já foi divulgado – confira aqui.
Para Délcio Rodrigues, diretor-executivo do Instituto ClimaInfo, em entrevista ao Fantástico os programas do governo não resolvem o problema por completo: “É bom? É bom, mas não está fazendo o efeito desejado, porque, como a gente viu na pesquisa, o comprometimento da renda com energia e gás é muito alto ainda”, declarou.