Um estudo realizado pelo British Council, que é uma organização internacional do Reino Unido para relações culturais e oportunidades educacionais, em parceria com a Fundação Carlos Chagas, revela que a formação dos professores é um dos principais entraves ao uso de tecnologia em laboratórios ou em sala de aula.
O estudo intitulado O ensino de ciências da natureza e suas tecnologias na educação básica brasileira – um panorama entre os anos de 2010 e 2020 revela ainda que, outro problema para o uso das notas tecnologias reside no fato de que as escolas brasileiras enfrentam problemas de infraestrutura. Acesse aqui o estudo.
O estudo realizado pelo British Council e pela Fundação Carlos Chagas foi lançado na última quarta, dia 12 de abril. De acordo com as instituições, o estudo avalia aspectos fundamentais para o desenvolvimento da educação STEM (ciências, tecnologia, engenharia e matemática, na sigla em inglês).
Ainda conforme os realizadores, essa pesquisa é bibliográfica e documental. Nesse sentido, um levantamento feito pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb) aponta que a maioria dos professores participantes do estudo não se sentem preparados para o uso de tecnologias em sala de aula. O estudo está disponível no site do Cieb.
Participaram do levantamento mais de 100 mil professores brasileiros de educação básica. A maioria deles afirmaram que não estão preparados para usar a tecnologia para nada além daquilo que fazem em sua vida pessoal.
“Há outro entrave de formação a ser superado o quanto antes: a maioria dos professores diz que não sabe utilizar a tecnologia para o seu próprio desenvolvimento profissional, ou seja, para fazer cursos online ou autoavaliação online. É uma competência a ser desenvolvida para que as ações de gestão deem mais resultados”, diz a pesquisa.
Infraestrutura das escolas
Além da questão da formação dos professores, que não têm acesso a cursos que os atualizem quanto ao uso das novas tecnologias, outro problema está na falta de estrutura das escolas.
Conforme indicado no estudo, em relação à infraestrutura, dois tipos principais de carências atrapalham as escolas: a baixa conectividade e a dificuldade de acesso a computadores e tablets e outros suportes. De acordo com o levantamento, a conectividade é um desafio de grande porte para um país com a extensão territorial do Brasil. Nesse sentido, o estudo aponta:
“Para se ter uma ideia, os países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) têm uma média de cinco alunos por computador, enquanto no Brasil esse número sobe para 35 ou mais”.
Além disso, o documento afirma que a ausência de formação continuada como um problema. Nesse sentido, o estudo destaca que a “questão crucial para o bom ensino de ciências é a formação continuada, que deveria complementar e atualizar conceitos num mundo sempre em mutação, com novas descobertas”.
Em nota, a diretora de Engajamento Cultural do British Council Brasil, Diana Daste, afirmou:
“A forma de ensinar ciências tem mudado com celeridade, e o British Council busca compartilhar boas práticas do Reino Unido em ensino de STEM, incentivando trocas e parcerias com o Brasil”. Ela destaca também o papel do estudo: “Essa pesquisa tem o papel de fomentar reflexões e conversas que possam contribuir com os profissionais e pesquisadores no diálogo sobre as políticas públicas para ensino de ciências e tecnologia”.
O estudo aponta ainda que o uso da computação pode colaborar para o aprendizado de outras áreas. Além disso, o levantamento destaca a necessidade da modernização do ensino de ciências no Brasil para o aumento da qualidade da Educação Básica.
Com informações da Agência Brasil.
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