Motoristas de todo o Brasil não tiveram muito o que comemorar na primeira quinzena do mês de junho. De acordo com um levantamento feito pelo Índice de Preços Ticket Log (IPTL), o preço médio do litro de gasolina aumentou 0,54% em todo o país, elevando o patamar para a casa dos R$ 5,55.
Já o etanol seguiu um caminho contrário e registrou queda de 4,62% na primeira quinzena deste mês, em comparação com a última quinzena do mês de maio. Agora, este combustível está sendo vendido a R$ 3,92 por litro, considerando a média nacional. A diferença entre a gasolina e o etanol tem uma razão: o ICMS.
Desde o dia 1º de junho, governos estaduais decidiram unificar o formato de cobrança deste imposto sobre a gasolina. Eles decidiram que a alíquota das 27 unidades da federação é de R$ 1,22 por litro. Até maio, cada estado estava cobrando uma taxação própria, que levava em consideração uma porcentagem única.
Como na maioria das unidades da federação a alíquota antiga era menor do que esta que está sendo cobrada agora, o consumidor acaba sentindo o peso da diferença negativamente. Este fenômeno ajuda a explicar o motivo do aumento do preço médio do litro da gasolina na grande maioria das unidades da federação nos últimos dias.
“Bem como no início do mês, a mudança na cobrança da alíquota do ICMS elevou o preço médio da gasolina comercializada no Brasil neste fechamento de quinzena, contrapondo a tendência de queda dos combustíveis que aconteceu em maio conforme os últimos anúncios. Os recuos foram identificados na maioria dos Estados”, afirma Douglas Pina, Diretor-Geral de Mobilidade da Edenred Brasil.
Os destaques nos estados
Pernambuco foi o estado da federação que registrou o maior aumento médio do preço da gasolina nos primeiros 15 dias de junho. Ainda segundo os dados do IPTL, o valor subiu 4,06% em maio, fechando a uma média de R$ 5,64 por litro. A maior redução ocorreu no Amazonas, que registrou uma queda de 6,83%.
Já em relação ao etanol, a maior redução foi registrada no estado do Mato Grosso, que teve uma queda de 5,87% na primeira quinzena de junho, fechando a R$ 3,69. O Centro-Oeste como um todo registrou quedas significativas neste sentido, com uma baixa geral de 5,69% no preço médio do litro do etanol.
“Como resultado da redução mais acentuada no valor médio nacional do etanol, o combustível foi considerado economicamente mais vantajoso para abastecimento em mais estados, quando comparado ao mês anterior, que são Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. Vale reforçar que o etanol também é ecologicamente mais viável para o abastecimento por ser capaz de reduzir consideravelmente as emissões de gases responsáveis pelas mudanças climáticas”, afirma Douglas.
Novo aumento da gasolina?
Um novo aumento do preço médio da gasolina pode estar chegando dentro de mais alguns dias. Se em junho o “culpado” pelo aumento foi o imposto estadual, em julho o que se espera é uma elevação do nível de incidência dos impostos de nível federal, como Pis e Cofins.
Vale lembrar que no decorrer de boa parte de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu desonerar a gasolina, o diesel e o etanol. Com a decisão, os preços destes combustíveis foram notadamente reduzidos, sobretudo no período das eleições.
Por medo de perder popularidade, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu manter esta política de desoneração apenas até fevereiro. Já a partir do mês de março, a reoneração da gasolina e do etanol começou a ser feita de maneira gradual. Naquele momento, a decisão foi por manter a desoneração do diesel ao menos até o final de 2023.
Em julho, o Governo Federal pretende realizar mais uma etapa da desoneração do etanol e da gasolina. Na prática, este movimento vai fazer com que os preços se tornem mais caros na bomba.