FIM da ÁGUA filtrada GRATUITA? Entenda decisão da Justiça

Com uma sociedade cada vez mais consciente sobre a importância da hidratação e da saúde, muitos estabelecimentos começaram a oferecer água filtrada gratuitamente para seus clientes. No entanto, uma recente decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) pode mudar essa realidade, o que tem gerado muita discussão. Neste artigo, exploraremos o contexto e as implicações dessa decisão.

O Contexto da Decisão

Na última quarta-feira, 13 de setembro de 2023, o TJ-SP concedeu uma liminar suspendendo uma lei que obrigava bares e restaurantes do estado a fornecer água filtrada gratuitamente aos clientes. A lei, que havia sido sancionada no mesmo dia pelo governador Tarcísio de Freitas, visava promover a hidratação e o bem-estar dos clientes desses estabelecimentos.

A Confederação Nacional do Turismo (CNTur) havia movido uma ação direta de inconstitucionalidade contra essa lei. A organização argumentou que a norma violava o princípio da razoabilidade, uma vez que representava uma intromissão do Estado no exercício de atividade econômica privada e de livre iniciativa. Além disso, a CNTur alegou que a imposição de fornecer água filtrada gratuitamente era desproporcional.

A Decisão do Tribunal

A desembargadora Luciana Almeida Prado Bresciani, responsável pelo caso, acatou o pedido de suspensão da CNTur. Ela argumentou que era relevante o argumento relacionado à violação à livre iniciativa. A desembargadora destacou que essa questão já havia sido reconhecida pelo Órgão Especial em demanda similar, contra uma lei semelhante do município de São Paulo.

Apesar de reconhecer que o custo para o fornecimento de água não seria exorbitante para os estabelecimentos, a desembargadora ponderou que a lei poderia resultar em diminuição da receita na venda de bebidas, incluindo a própria água. Portanto, a liminar se tornou plausível.

As Implicações da Decisão

Com a suspensão da lei, nenhum restaurante ou bar do estado de São Paulo precisa fornecer água de graça aos consumidores. Essa decisão levanta questões importantes sobre o equilíbrio entre a saúde pública, a liberdade de iniciativa privada e o papel do Estado na regulação do mercado.

Por um lado, a decisão é vista como uma vitória para a livre iniciativa e a autonomia dos negócios. Por outro lado, há preocupações sobre as implicações para a saúde pública e o acesso à água potável, um recurso essencial.

A Opinião da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) expressou suas preocupações sobre as consequências práticas da lei em uma nota. A organização argumentou que a obrigação de oferecer água gratuita poderia introduzir custos adicionais para o setor de bares e restaurantes, que já enfrenta desafios econômicos consideráveis.

Além disso, a Abrasel destacou que a venda de água tem um papel direto nas gorjetas e na remuneração dos funcionários. Uma redução nas vendas poderia afetar a renda de muitos trabalhadores que já operam com margens estreitas.

A Lei Municipal de São Paulo

É importante notar que a cidade de São Paulo tem uma legislação semelhante, que também foi alvo de ação contrária dos comerciantes. Essa discussão está atualmente no Supremo Tribunal Federal (STF), aguardando análises de recursos.

Saúde Pública x Liberdade Econômica

A suspensão da lei que obrigava bares e restaurantes a fornecer água filtrada gratuitamente aos clientes em São Paulo destaca o contínuo debate sobre o equilíbrio entre a saúde pública, a liberdade econômica e o papel regulatório do Estado. Embora a decisão do tribunal seja apenas temporária, ela abre um precedente importante que pode ter implicações significativas para futuras decisões judiciais e legislativas em todo o Brasil.

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