Um levantamento realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) observou que 63% das empresas do estado tiveram uma diminuição no faturamento desde o início da pandemia. A pesquisa realizada entre abril e maio de 2021 buscou analisar os impactos da crise sobre cerca de 100 empresas do estado de São Paulo.
Segundo a Fecomercio SP é importante que os empresários reduzam os custos das empresas, solicitem empréstimos, reavaliem contratos e aumentem o capital de giro com o objetivo de quitar dívidas antigas. Apesar disso, segundo o levantamento, 71% das empresas analisadas não realizaram empréstimos e nem financiamentos.
A sondagem realizada pela Fecomercio-SP observou que 72% das empresas sofreram uma redução no número de clientes. Das 100 empresas entrevistadas, 54% declarou possuir uma condição estável de faturamento antes da pandemia, 31% afirmou que as condições eram boas antes da crise sanitária e apenas 14% pontuou passar por dificuldades antes do início da pandemia.
Ademais, os entrevistados enxergam que o poder público poderia adotar determinadas medidas com o intuito de auxiliar os empresários nesse período. Essas medidas poderiam ser a renegociação de prazos de impostos, ampliação de linhas de crédito e redução de juros.
Grandes empresas também tiveram queda no faturamento
Os efeitos da pandemia foram sentidos em todos os setores da economia mundial, e apesar de pequenas empresas terem sido muito afetadas com a crise, grandes empresas também tiveram prejuízos durante esse período. A crise econômica ocasionada pela pandemia de Covid-19 fez com que diversas multinacionais fechassem filiais e diminuíssem o número de funcionários.
As companhias aéreas foram as primeiras a sentir os efeitos da pandemia, afinal, logo com o surgimento do vírus, foram decretados lockdowns pelo mundo todo. Além disso, empresas como o Starbucks tiveram seus lucros diminuídos e a Zara, no início de 2020 teve um prejuízo bilionário com as vendas caindo em 44%.
Recuperação Judicial
Segundo dados divulgados pelo IBGE em julho de 2020, desde o início da pandemia 716.000 empresas haviam fechado as portas no Brasil por conta do baixo faturamento. No início de 2021 foram implementadas novas regras para a recuperação judicial, que tem por objetivo evitar que as empresas declarem falência. Desta forma, evita-se o desemprego e o Estado não deixa de arrecadar impostos.
A ideia central da recuperação judicial é buscar um acordo entre a empresa e todos os envolvidos que têm algo a receber. Para iniciar esse processo é preciso que a própria empresa devedora faça um pedido à justiça, desta forma, ocorre uma suspensão temporária das cobranças, mas a empresa precisa trazer uma estratégia para sua recuperação.
Depois que o pedido foi aceito, a proposta de recuperação foi apresentada, os credores, ou seja, as pessoas para qual a empresa deve, votam a respeito da proposta. Caso o plano for aprovado, mas ocorrer um descumprimento do acordo, os credores podem solicitar a falência.
Contudo, se o plano de recuperação das empresas for recusado pelo juiz responsável pelo processo, essas empresas devem decretar falência. Sendo assim, suas atividades são encerradas e os bens são leiloados com o objetivo de pagar os credores.