Conforme informações oficiais do Banco Central, a inflação em 2021 tem sido bastante afetada pelo significativo aumento dos preços de commodities, não contrabalançado por movimentos contrários da taxa de câmbio.
Banco Central: determinantes da inflação
De acordo com o Relatório de Inflação do BC, até agosto deste ano, o IC?Br em dólar acumulou aumento de 31,1% (33,7% em moeda nacional) e o preço do Brent aumentou 40,4% (43,3% em moeda nacional).
Na comparação com janeiro de 2020, mês imediatamente anterior ao do início do estresse associado à pandemia, o IC?Br (em moeda nacional) cresceu 69,7%.
Elevação dos preços de gasolina, gás e etanol
O BC informa que no acumulado do ano, até agosto, os preços de gasolina, gás de bujão e etanol no IPCA cresceram 31,09%, 23,79% e 40,75%, respectivamente. Mais recentemente, a crise energética, por meio dos seus efeitos nas bandeiras tarifárias, representou uma nova onda de choque de custos na economia.
Conforme o Relatório do BC, no acumulado do ano, até agosto, a tarifa de energia elétrica residencial cresceu 10,61%, sendo que, no período de maio a agosto, aumentou 17,16% e se espera novo aumento em setembro em função da adoção da bandeira “escassez hídrica” entre setembro de 2021 e abril de 2022.
Assim sendo, como fator negativo de oferta, adicionam-se ainda os gargalos nas cadeias produtivas de alguns segmentos, com destaque para automóveis, ressalta o documento oficial do BC.
O hiato do produto é uma variável não observável
No entanto, a atividade econômica tem se recuperado, após atingir um vale no segundo trimestre de 2020, refletindo?se em diferentes medidas do hiato do produto.
O BC ressalta que o hiato do produto é uma variável não observável, sujeita a elevada incerteza na sua mensuração, e é medido pelo BC por meio de diferentes metodologias.
Além disso, o BC informa que este Relatório apresenta o hiato estimado segundo metodologia baseada em estimação de modelo bayesiano, descrito nos Relatórios de setembro e dezembro de 2020.
Nessa estimativa, o hiato do produto é uma variável não observável, cuja trajetória incorpora informação de quatro variáveis de atividade econômica, referentes ao produto na economia e à ociosidade dos fatores de produção.
PIB, Nuci, taxa de desocupação e Caged
O BC informa que especificamente, são utilizados o PIB, o Nuci (calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), a taxa de desocupação (medida pelo IBGE) e as contratações líquidas medidas pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged – Ministério do Trabalho e Previdência).
Ressalta-se ainda que o modelo adiciona estrutura econômica à estimação da trajetória do hiato ao considerar sua relação com a inflação de preços livres, via curva de Phillips, e com a própria curva IS, informa o Banco Central do Brasil, por meio do Relatório de Inflação oficial.