Estudo não identificou "economia significativa de energia" horário de verão

Estudo não identificou “economia significativa de energia” no horário de verão

Nesta sexta-feira (22), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que não identificou benefícios relevantes na economia de energia em um eventual retorno do horário de verão. O mecanismo de adiantar uma hora nos relógios para aproveitar os dias mais longos foi extinto pelo próprio governo Bolsonaro em 2019.

A conclusão tirada faz parte de uma pesquisa realizada pelo ONS a pedido do Ministério de Minas e Energia (MME). Nesse sentido, a pasta solicitou a avaliação de “eventuais benefícios da aplicação do horário de verão”, diante da “atual conjuntura de escassez hídrica”. O País passa pela pior crise hídrica das últimas décadas.

“Desta forma, considerando análises técnicas devidamente fundamentadas, o MME entende não haver benefício na aplicação do horário de verão e que as medidas tomadas pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e pela Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG) têm se mostrado suficientes para garantir o fornecimento de energia elétrica ao SIN na transição do período seco para o período úmido”, diz o MME em nota.

Sobre o estudo da ONS

Segundo o estudo da ONS, o retorno do horário de verão não traria economia de energia para as casas brasileiras. Isto porque, a redução do consumo de energia com lâmpadas elétricas durante a noite acaba sendo anulada pelo aumento do consumo de energia durante os períodos do dia.

“A elevação da temperatura a partir de setembro acarreta o aumento do consumo de energia devido ao uso de aparelhos de refrigeração nas madrugadas até o início da manhã, durante às tardes e nos horários ampliados do comércio”, disse o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, em ofício enviado ao MME.

Além disso, segundo a entidade, o retorno do horário de verão não traria benefícios para a redução do consumo no período de pico de demanda. Sendo assim, segundo a ONS, o período de maior demanda é o período da tarde, por conta do aumento do consumo de energia com aparelhos refrigeradores, como o ar condicionado.

“Portanto, a implantação do Horário de Verão reduz a demanda máxima no horário de ponta noturna, das 18h às 21h, mas não tem efeito sobre a demanda máxima do dia que ocorre tipicamente no período da tarde nos meses de outubro a março”, explica Ciocchi. “Sendo assim, os ganhos em termos de benefícios relevantes para o Sistema Interligado Nacional (SIN) são reduzidos”, diz o ONS em nota.

Ministro de Minas e Energia já negou retorno

Apesar de ter solicitado o estudo, o Ministério de Minas e Energia nunca viu o horário de verão como uma possível solução ou ferramenta para “conter” a crise energética. Sendo assim, o ministério sempre classificou como “limitada” a contribuição do horário de verão.

“Neste sentido, a contribuição do horário de verão é limitada, tendo em vista que, nos últimos anos, houve mudanças no hábito de consumo de energia da população, deslocando o maior consumo diário de energia para o período diurno. Assim, no momento, o MME não identificou que a aplicação do horário de verão traga benefícios para redução da demanda”, disse o ministério em nota enviada ao site g1, em setembro.

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