Estudo aponta que insônia pode ser fator de risco para ataque cardíaco (saiba mais!)
Distúrbio do sono é comum em várias partes do mundo
A revista americana Clinical Cardiology, publicou na última sexta-feira (24/02), um estudo no qual apontou que a insônia pode ter uma grande relação com casos de ataques cardíacos. De acordo com a pesquisa, as mulheres possuem um maior risco do que os homens e sofrem mais com o transtorno.
Todavia, todos sabem que o sono possui uma grande importância para a saúde das pessoas. De acordo com o estudo, entre outros problemas, a insônia pode comprometer o coração, onde apresenta um risco maior de um ataque cardíaco. Ela é um dos distúrbios mais comuns nos Estados Unidos.
De acordo com a pesquisa, no país, cerca de 10% a 15% de toda a população americana apresenta sintomas relacionados à insônia. A pesquisadora Martha Gulati, diretora de prevenção do Cedars-Sinai Smidt Heart Institute, diz que há um fator preponderante para casos de ataques cardíacos nas mulheres.
Gulati afirma que a grande maioria de seus pacientes são mulheres e que a pesquisa apontou uma forte relação entre a sua insônia e doença isquêmica do coração. Segundo ela, “a insônia é bastante comum. Nós a vemos provavelmente em 1 em cada 10 pacientes nos Estados Unidos”.
Dados sobre a Insônia
A pesquisadora diz que todo mundo apresenta um quadro de insônia em algum momento de sua vida. Estima-se que um em cada dois adultos passem por essa experiência, mesmo que seja a curto prazo, por conta de situações de estresse. A doença apresenta uma série de características a serem observadas.
Analogamente, as instituições médicas do Egito, Arábia Saudita e Paquistão, junto com a SUNY Medical University e a Harvard Medical School nos Estados Unidos, estabeleceram a insônia como um distúrbio com três sintomas característicos: dificuldade em adormecer, em manter o sono, e acordar cedo e não voltar a dormir.
Ademais, a pesquisa reuniu informações e dados sobre a insônia durante 11 anos pesquisando 1.184.256 pacientes adultos, dos Estados Unidos, Reino Unido, Noruega, Alemanha, Taiwan e China. De todos os participantes do estudo, cerca de 153.881 apresentavam sintomas do distúrbio, enquanto que 1.030.375 não.
Após a pesquisa, observou-se que aqueles pacientes com insônia eram 1,69 vezes mais sujeitos a ter doenças cardíacas, do que as pessoas sem o distúrbio. Vale ressaltar que mesmo as pessoas com a doença, não apresentaram números maiores de casos de ataque cardíaco. No total foram 1,6% das pessoas.
Horas de sono
Segundo dados obtidos pelo estudo, também há uma relação entre as horas dormidas à noite e os riscos de se ter um ataque cardíaco. Quem dormia menos do que cinco horas por dia estava 1,56 vezes mais propenso a sofrer com a doença, em relação a pessoas que dormiam entre sete e oito horas.
A pesquisa demonstrou que uma duração maior do sono pode nem sempre proteger o organismo. Aqueles que dormem nove horas ou mais podem ter um risco maior de ataque cardíaco do que aqueles que dormem entre seis a oito horas por dia. Gulati afirma que os estudos apontam sete ou oito horas de sono como o mais saudável.
O estudo também aponta que o risco de ataque cardíaco para pessoas que sofrem de insônia continuou, independente do sexo e da idade dos pacientes. Um dos problemas apresentados é a regulação da produção de cortisol pelo corpo. Ele é o responsável por administrar a resposta do organismo ao estresse.
Se o nível de cortisol no corpo for muito alto, a pressão sanguínea também irá aumentar. Com um bom sono, há uma pressão arterial reduzida durante as horas em que a pessoa dorme. Dessa maneira, a pesquisadora afirma que, “O que realmente acontece quando você não está dormindo o suficiente é que seu cortisol fica fora de controle”.
Conclusão
Em síntese, Gulati diz que se uma pessoa tem dificuldades para dormir, possivelmente ela possui uma pressão arterial mais elevada durante a noite. Dessa maneira, há um desequilíbrio no cortisol que causa a insônia, levando a pessoa a ter um maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares.
A pesquisadora afirma que através da pesquisa, eles puderam ter certeza de que o sono é um ótimo remédio. Dormir bem pode ser considerado uma forma de prevenir possíveis ataques cardíacos. Em conclusão, o estudo afirma que o padrão do sono também possui sua importância e deve ser observado.