Empregos sem carteira assinada chegam ao maior número da série histórica, diz IBGE

Em números absolutos, são 13,2 milhões de trabalhadores sem registro em carteira

O número de empregados sem carteira assinada no Brasil é o maior de toda a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, que começou a ser feita em 2012. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (28) pelo  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em números absolutos, são 13,2 milhões de trabalhadores sem registro oficial em carteira, uma alta de 0,2% em relação ao trimestre anterior.

Empregos se comparado a 2021

Em comparação com o mesmo período de 2021, o aumento foi de 6,4%.

O IBGE também divulgou os dados da média anual de empregados sem carteira assinada. Os dados apontam que o contingente também aumentou entre 2021 e 2022.

O aumento foi de 11,2 milhões para 12,9 milhões de pessoas, também o maior número da série histórica.

“Nos últimos dois anos, é possível visualizar um crescimento tanto do emprego com carteira quanto do emprego sem carteira. Porém, é nítido que o ritmo de crescimento é maior entre os sem carteira assinada”, pontuou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

Além disso, o IBGE divulgou também a taxa média anual de desemprego para o de 2022, que foi de 9,3%. É o menor patamar médio anual desde 2015.

Recuperação pós-pandemia

“O resultado anual é o menor desde 2015, mostrando que o mercado de trabalho não apenas confirma a tendência de recuperação após o impacto da pandemia da Covid-19, como ultrapassa o patamar pré-pandemia”, diz o instituto em nota.

Desemprego no Brasil no último trimestre

Nos três últimos meses do ano, a taxa caiu a 7,9%, uma queda de 0,8 ponto em comparação com o trimestre de julho a setembro. O mercado esperava que a taxa ficasse em 8%, segundo pesquisa da Reuters.

Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, os resultados mostram que 2022 concretizou o processo de recuperação iniciado no ano anterior.

“2021 foi de transição, saindo do pior momento da série histórica, sob o impacto da pandemia e do isolamento ocorrido em 2020. Já 2022 marca a consolidação do processo de recuperação”, afirmou em nota.

“Em dois anos, a desocupação do mercado de trabalho recuou 4,5 p.p.”

Geração de emprego em 2022

2022 também registrou um aumento de 9,2% no número de empregados com carteira de trabalho assinada. O país atingiu o patamar de 35,9 milhões de pessoas.

“Embora venha crescendo nos últimos dois anos, o índice ainda não é o suficiente para atingir o patamar de 2014, o maior da série”, disse Beringuy. Em contrapartida, a média anual de empregados sem carteira assinada também aumentou, a 14,9% — o maior patamar da série histórica. Entre  os anos de 2021 e 2022, o dado subiu de 11,2 milhões de pessoas para 12,9 milhões.

População ocupada

Consolidando a recuperação em 2022, outros índices também tiveram destaque.

A população ocupada média anual cresceu 7,4% em comparação com 2021, um incremento de mais 6,7 milhões de pessoas, chegando a 98 milhões. O nível de ocupação também cresceu pelo segundo ano consecutivo, após o menor patamar em 2020 (51,2%) e registrou 56,6%, em 2022.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.