Eleições: abstenção bate recorde em 2022. Veja números oficiais

Considerando os dados oficiais do TSE, abstenção bateu recorde em 2022, mas se manteve estável em relação ao que se viu em 2018

Cerca de 32 milhões de brasileiros aptos a votar nas eleições deste ano, não compareceram às urnas no primeiro turno. Os dados oficiais do TSE apontam que a abstenção bateu um recorde chegando a 20,9%, o patamar mais alto para uma eleição presidencial neste século. O recorde geral ainda é de 1998, quando 21,5% do eleitorado não votou no pleito.

Embora trate-se de um recorde neste século, e signifique o patamar mais alto das últimas seis eleições, também é fato que este nível de ausência está dentro de uma estabilidade. Entre os anos de 2018 e de 2022, a abstenção subiu de 20,3% para 20,9%. O crescimento leve já era esperado por alguns especialistas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Crescimento da abstenção é lento, mas contínuo

O ritmo de crescimento da abstenção acontece em uma lógica lenta, mas contínua. Nas eleições de 2006, por exemplo, 16,8% dos eleitores deixaram de votar. Este patamar subiu para 18,1% em 2010, e quatro anos depois subiu mais uma vez para 19,4%. Como dito, em 2018 o percentual de faltosos foi para 20,3% e agora no último dia 2 de outubro chegou em 20,9%.

No Brasil, o voto é obrigatório. O cidadão até pode optar por anular a sua votação, ou seja, não escolher nenhum candidato que está disputando uma vaga, mas não pode faltar. De todo modo, mesmo quem falta uma votação não passa por punições graves. Basta justificar a sua ausência em um cartório eleitoral e ficar quite com a Justiça para não ter complicações maiores depois.

Quem não votou no primeiro turno das eleições, tem um prazo de 60 dias, ou seja, dois meses para realizar a justificativa. De todo modo, mesmo quem não justificou pode ir votar no segundo turno do pleito, que está marcado para o próximo dia 30 de outubro. Todo o país deve votar para presidente, e alguns estados votam para o cargo de governador também.

O peso da abstenção

Em uma eleição presidencial, a abstenção tem peso no resultado final da disputa. Afinal de contas, esta falta na urna atinge sempre com  maior força uma parcela específica do eleitorado.

No caso das eleições brasileiras, a abstenção é mais comum entre as pessoas mais pobres e com baixa escolaridade. São cidadãos que, muitas vezes, não possuem o dinheiro da passagem para conseguir ir votar.

São trabalhadores que não podem perder muito tempo em uma fila para conseguir depositar os seus votos. Este é um sistema que tende a prejudicar mais o candidato Lula, já que ele costuma ir melhor justamente no eleitorado mais humilde.

Considerando que mais pessoas em situação de pobreza deixem de votar, mais votos Lula perde. Vale lembrar que o petista não venceu as eleições no primeiro turno por pouco mais de 1 ponto percentual. Analistas acreditam que uma presença maior dos brasileiros nas urnas poderia ter definido as eleições no último domingo (2).

Auxílio Brasil em foco nas eleições

Como a eleição ainda não chegou ao fim, o Auxílio Brasil segue sendo pauta no processo eleitoral. Na última semana, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que pretende pagar uma espécie de 13º para os usuários do programa.

Já o ex-presidente Lula segue dizendo que poderá pagar um benefício de R$ 150 por cada filho menor de seis anos.

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