SP: Matrículas na pré-escola pública crescem 73% com migração de alunos da rede privada

A pandemia do novo coronavírus afetou drasticamente as matrículas nas escolas da rede privada na capital de São Paulo. As escolas municipais de crianças de 4 a 6 anos tiveram uma alta de 73% em julho no cadastro de novos alunos se comparadas com o mesmo período em 2019.

O aumento é enxergado como uma resposta à necessidade de muitos pais de retirarem seus filhos das escolas particulares. Quando se trata de educação infantil, creche ou pré-escola, a decisão de transferência é muito mais imediata do que as outras fases do ensino.

Um primeiro motivo é que há muita dificuldade em oferecer ensino remoto para crianças pequenas. Outro é que nesse nível escolar não há uma preocupação grande com o conteúdo, é mais a recreação e socialização. Então, a troca de escola tende a não ser muito traumática para os pais e alunos.

Estima-se que 30% das instituições privadas dedicadas ao ensino até 5 anos tenham fechado no Estado inteiro de São Paulo.

Matrículas por região

Em julho do ano passado, 981 crianças solicitaram vaga em escolas públicas de nível infantil. No mesmo mês este ano foram 1.700 pedidos. A região do Ipiranga e da Penha lideram o número de matrículas. Em bairros mais pobres, a tendência é que as solicitações não sejam tantas.

Crianças com até 4 anos podem ir à escola facultativamente. Ou seja, não há uma obrigatoriedade.

Já a partir dessa idade, a lei impõe que pais e responsáveis as matriculem em alguma instituição. Aqueles que não o fizerem podem sofrer punição judicial.

No total (creche e pré-escola) foram 6.878 pedidos de novas matrículas na rede municipal, sendo que em 2019 foram 4.551.

Segundo a educadora Anna Helena Altenfelder, presidente do conselho do Cenpec, essa migração de alunos de escolas particulares para públicas pode até ser benéfica para as crianças.

“É uma nova população para a escola pública, que traz outras experiências, pode contribuir para o desenvolvimento do projeto pedagógico, isso é positivo”, diz Ela também explica que as crianças de famílias mais vulneráveis se beneficiam com colegas de outras classes, o que ajuda na aprendizagem.

Mas ao mesmo tempo alerta: “é importante que os pais não vejam essa mudança como um castigo para o filho.”

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