Impasse: reunião para marcar data de volta às aulas termina sem acordo no Rio

O anúncio foi dado pelo prefeito Marcelo Crivella, durante uma coletiva após reunião com representantes das escolas e dos professores

As aulas nas escolas particulares do Rio de Janeiro ainda estão sem previsão de volta. O anúncio foi dado pelo prefeito Marcelo Crivella, durante uma coletiva após reunião com representantes das escolas e dos professores, devido à falta de acordo entre as categorias diante da volta voluntária tanto de alunos quanto de professores, que seria no dia 15 de julho.

Quanto às escolas públicas, Crivella anunciou que também não há data marcada para o reinício das aulas e pondera que a volta às aulas dependerá das curvas de declínio da Covid-19 e do percentual de ocupação dos leitos de hospitais. Antes, o retorno para essas instituições havia sido anunciado para agosto, mas após a reunião desta segunda-feira, a decisão foi retirada.

Apesar de não haver uma previsão de retorno, o prefeito falou que está fazendo um planejamento para voltar a fornecer refeições para esses estudantes em escolas onde a demanda for maior. Para isso, pretende convocar as 6 mil merendeiras do município para serem testadas para a Covid-19. A medida ainda não tem data prevista para ser colocada em prática, pois depende do planejamento da Secretaria Municipal de Educação.

 

Servidores temem retomada sem planejamento

O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) defende que a categoria não volte para as salas de aula enquanto a pandemia não estiver sob controle e se não houver uma reestruturação das escolas.

Izabel Costa, coordenadora do sindicato, explicou alguns dos motivos, como escolas sem ventilação adequada, área de lazer, e até de água para lavar as mãos, além das turmas superlotadas e profissionais precarizados:

“Não vamos voltar só com água, sabão e máscara. Queremos saber quanto será investido em equipamentos de proteção individual e coletivo, treinamento e sanitização. Não vamos aceitar a resposta de que tudo será feito, sem um planejamento, além da fiscalização. São questões que deixamos muito claro e que sem esses requisitos nós não retornaremos. Se preciso, vamos à Justiça e faremos greve”, argumentou.

Merendeira do município desde 2002, Cristiane Rodrigues, conta que a maioria das profissionais que atuam nas cozinhas das escolas faz parte do grupo de risco e possui doenças crônicas que adquiridas por conta da função. Cristiane questiona como a prefeitura vai garantir o trabalho de distribuição e desinfecção dos alimentos com poucas merendeiras.

“A gente que está nessa função, sabe das dificuldades do dia a dia. Não há como proteger alunos e profissionais enquanto não houver um mínimo de planejamento da segurança”, disse.

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