Educação sofre consequências do longo período de suspensão das aulas presenciais

Em meados de março deste ano, quando foram confirmados os primeiros casos da covid-19 no Brasil, as aulas presenciais de todo o país foram suspensas. Apesar de haver certa mobilização pela retomada das aulas, o processo é lento por conta das incertezas da pandemia. 

Diversas estados já autorizaram a volta às aulas em escolas da rede privada de ensino. No entanto, na rede pública, o retorno tem sido mais lento. Tal fato traz preocupação de especialistas, pois quatro a cada cinco crianças e adolescentes brasileiros estão matriculados em escolas públicas, de acordo com dados do Censo de 2019. Desses alunos, 48,1% estão matriculados nas redes municipais e 32% nas estaduais.

Nesse sentido, boa parte desse contingente de estudantes está restrita às atividades de ensino remoto e não  tem previsão de quando as escolas reabrirão. Além disso, pesquisas como a do Instituto Península e a do Unicef, por exemplo, apontam os problemas de aprendizagem. De modo geral, as escolas públicas têm uma capacidade mais lenta de recuperação da aprendizagem perdida neste ano letivo. 

Quais são as consequências?

O longo período de suspensão das aulas presenciais afeta a educação em diversos sentidos. A primeira e mais imediata consequência é a perda na aprendizagem. O longo período de afastamento resulta não só na dificuldade de aprender novos conteúdos, mas também implica em perder conhecimentos já adquiridos. Segundo João Batista Araujo e Oliveira, doutor em Educação e presidente do Instituto Alfa e Beto, as crianças em idade de alfabetização são as mais afetadas, isso porque, sem a alfabetização, os alunos não têm autonomia.

Além disso, outra consequência séria da suspensão das aulas presenciais por tanto tempo é a evasão escolar. O Unicef tem sido enfático na defesa pela volta às aulas principalmente pelo alto risco de muitos alunos não voltarem as escolas após o longo período de afastamento. De acordo com pesquisa do Datafolha, 30% dos pais de alunos temem que os filhos abandonem os estudos por conta da pandemia. Outros 54% afirmaram que os filhos se sentem desmotivados com o ensino remoto.

Os alunos podem ainda sofrer também com os impactos na saúde física e mental. A socialização é um elemento fundamental que lhes foi negado com o isolamento social. Além disso, muitos alunos da rede pública de ensino têm que lidar também com prejuízos à alimentação, pois, para muitos, a merenda escolar era uma das principais refeições diárias. De acordo com o Unicef, só 45% das famílias de alunos da rede pública receberam alimentação da escola no período de fechamento por causa da covid-19. Por isso, diversas organizações têm se mobilizado em favor de pensar estratégias para a volta às aulas.

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