Educação e racismo: Estudo revela que professor vê aluno negro como agressivo

Estudo realizado pela Universidade da Carolina do Norte (UNC) revelou um problema preocupante na área da educação: professores tendem a atribuir ao aluno negro emoções negativas.

Os educadores têm maior predisposição em apontar emoções negativas, como raiva ou agressividade, em crianças negras do que em brancas. Com isso, os profissionais da educação tendem a agir de acordo com essa pressuposição.

Assim, ainda de acordo com o estudo, os professores agem de modo diferente com o aluno negro por conta da pressuposição que que esse é mais agressivo. Ou seja, além de identificar incorretamente uma emoção, os profissionais dão diferentes tratamentos aos alunos de acordo com a cor da pele.

O professor da UNC Sherick Andre Hughes, que realiza pesquisa sobre a temática da desigualdade em sala de aula há duas décadas, afirma que há indícios de que os comportamentos emocionais das crianças brancas apresentam melhores respostas dos professores do que os mesmos comportamentos das crianças negras.

O estudo foi realizado com 178 professores, em sua maioria mulheres brancas. Os educadores foram submetidos a ver vídeos de crianças fazendo expressões faciais que denotavam várias emoções e deveriam indicar qual emoção cada aluno estava demonstrando.

Assim, em relação ao aluno negro, a chance das emoções serem mal interpretadas foi de 36% a mais do que em relação ao aluno de pele branca. Quando se tratava de uma menina negra, o índice de erro cometido pelos docentes chegou a 74%.

O estudo revela uma discriminação grave na educação que afeta o acesso dos estudantes negros à educação, além de prejudicar o rendimento escolar desses alunos. Nesse sentido, Denise Carreira, coordenadora institucional da ONG Ação Educativa, atribui o comportamento dos professores quanto à diferença no tratamento dados aos alunos ao racismo.

Evasão escolar

Talvez a pesquisa ajude a entender o porquê da evasão escolar se concentrar mais na população estudantil negra.

Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre estudantes negros, 44,2% dos homens e 33,3% das mulheres não haviam concluído o ensino médio em 2018.

Os números apresentados pelo IGBE quanto a pessoas brancas são bem menores. O índice que evasão foi de 5,9% entre homens e 18,8% para mulheres.

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