Economistas têm feito algumas projeções sobre o Produto Interno Bruto (PIB) nacional no terceiro trimestre de 2022. Estima-se que haja uma desaceleração econômica no período, com um crescimento abaixo de 1%. O resultado tem como principal causa a alta da Taxa Selic, que está em 13,75% ao ano.
A indústria nacional é um dos setores da economia que apresentou alguns números negativos, influenciando todo o cenário. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deve apresentar os números oficiais da economia do país entre os meses de julho a setembro de 2022, nesta quinta-feira (01/12).
O PIB brasileiro tem apresentado um resultado negativo, visto que o aumento da taxa de juros nacional reduz exponencialmente os investimentos e a aquisição de crédito. Ele tem como objetivo influenciar na pressão inflacionária, mas acaba por consequência, agindo contra a atividade econômica.
Podemos observar que a taxa Selic em março de 2021 estava em 2% ao ano e atingiu o patamar de 13,75% em agosto de 2022. Este é considerado o ciclo de juros mais expressivo e intenso desde o ano 2000. Por esta razão, estima-se que a alta no PIB do segundo para o terceiro trimestre fique em 0,5%.
Desaceleração econômica
Economistas afirmam que a desaceleração econômica tem ocorrido por conta da política monetária do governo. No primeiro trimestre do ano, houve um aumento de 1,1% no PIB. No segundo trimestre de 2022 o índice ficou em 1,2%. Com a queda nas atividades em todo país, as classes de renda mais baixas são as mais afetadas.
Dessa maneira, há uma redução no consumo, que contribui com 70% do PIB, e um aumento na inadimplência. Alguns economistas mais otimistas têm esperado um PIB de cerca de 0,9% no terceiro trimestre de 2022, visto que alguns setores da economia têm apresentado números positivos, como serviços e agropecuária.
No entanto, a indústria e o varejo estão sendo influenciados pelos juros altos, visto que são setores que utilizam a aquisição de crédito para investimento. Neste caso,a taxa Selic reflete também na compra de eletrodomésticos e eletroeletrônicos. São produtos de bens duráveis que refletem logo o impacto dos juros.
De acordo com o economista do Santander, Lucas Maynard, o PIB da indústria deve ter uma alta no terceiro trimestre do ano de 0,3%. O setor no primeiro semestre cresceu cerca de 2%. O comércio, deve ter uma variação positiva de 0,2%, o que é considerado por ele estável, “quase parado”.
Outros setores da economia
De acordo com um relatório apresentado pelo Banco Itaú, espera-se que o setor de agropecuária seja o único com números positivos no período. De acordo com as estimativas, a alta será maior do que a apresentada no trimestre anterior. O banco projeta um crescimento econômico nacional no período de 0,4%.
A equipe do BTG Pactual projeta uma alta de cerca de 0,8% no terceiro trimestre do ano. De acordo com seus economistas, o setor de serviços terá um peso importante para o período, em vista de estar ainda se recuperando das perdas relacionadas à pandemia da covid-19 e o desenvolvimento do mercado de trabalho.
No entanto, há ainda uma estimativa de que haja uma desaceleração, mesmo com o aumento da massa salarial da população e de uma expansão fiscal. Índices relacionados à produção industrial e ao consumo de bens cíclicos, apontam uma queda nas atividades econômicas.
Uma das causas para a redução do PIB nacional no segundo semestre de 2022 está relacionada aos efeitos da política de juros do governo, mesmo que eles tenham gerado resultados negativos mais tarde. O nível de endividamento familiar da população brasileira também pode agravar o caso.
PIB nacional
O PIB representa toda a atividade econômica do país em um determinado período, através de uma leitura da soma da produção de bens e serviços. Através dele observa-se como o Brasil tem se desenvolvido economicamente. Vale ressaltar que as projeção feitas pelos economistas estão melhores do que no início do ano.
No momento que o Banco Central aumentou os juros básicos da economia, isso influenciou todos os setores com um todo. O impacto até demorou para ser sentido, mas estima-se que a alta da Taxa Selic influenciará a economia nos próximos meses.