O Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre e alguns dos principais indicadores mensais de atividade apresentaram, de modo geral, resultados piores para a economia nacional, do que os esperados à época do último Relatório Oficial de Inflação, diminuindo o efeito do carregamento estatístico para 2021 e 2022, informa o Banco Central do Brasil (BCB).
Economia nacional apresenta evolução menos favorável por conta da continuidade da pandemia
A evolução menos favorável também está refletida nos indicadores de confiança, particularmente relevantes para entender a trajetória da atividade econômica ao longo do trimestre corrente.
Conforme documento oficial do Banco Central do Brasil (BCB), os níveis de confiança de consumidores e de empresários da indústria e do comércio recuaram desde o último Relatório de Inflação, enquanto os de empresários do setor de serviços e da construção mantiveram-se relativamente estáveis.
No curto prazo, os choques de oferta continuam influenciando os preços e afetando negativamente atividade e consumo. Assim sendo, soma-se ao quadro atual a perspectiva de que limitações na disponibilidade de insumos em determinadas cadeias produtivas perdurem por mais tempo do que se esperava anteriormente.
Adiamento dos efeitos positivos mediante a normalização
Portanto, posterga?se no tempo a expectativa de efeitos positivos que a normalização, mesmo que gradual, da cadeia de insumos industriais possa ter sobre o crescimento. Ademais, os recentes questionamentos em relação ao arcabouço fiscal já se traduzem em elevação de prêmios de risco, impactando as condições financeiras atuais e, consequentemente, a atividade econômica corrente e futura.
Desde o Relatório Oficial de Inflação anterior, a piora na avaliação dos riscos fiscais também causa aumento da assimetria altista no balanço de riscos em torno do cenário básico do Copom para a inflação.
Evolução da Taxa Selic
Nesse contexto, o Copom indica ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance significativamente em território contracionista. A elevação da taxa Selic já ocorrida e a perspectiva de juros mais elevados do que se esperava no Relatório de Inflação anterior, em linha com a trajetória da Selic da pesquisa Focus, implicam interrupção do fechamento do hiato ao longo de 2022 e piora da projeção de crescimento no ano, avalia o Banco Central do Brasil (BCB).
Complementando essa avaliação, o Banco Central do Brasil (BCB) informa que, quanto aos riscos ao redor do cenário base, desde o Relatório de Inflação de setembro, a possibilidade de restrições à atividade econômica no curto prazo em razão de limitações no fornecimento de energia elétrica diminuiu.
A partir de outubro houve relevante aumento das chuvas, especialmente no subsistema do Sudeste/Centro?Oeste, que permitiu alguma recomposição dos reservatórios, afastando a possibilidade de racionamento de energia nos próximos meses.
A evolução da pandemia no país impacta na economia nacional
Entretanto, a evolução da pandemia no país continua em trajetória favorável, em contexto de continuidade da vacinação, inclusive com a perspectiva de aplicação disseminada de doses de reforço.
Ainda assim, esse risco continua sendo monitorado com atenção, especialmente diante do aumento de casos mesmo em países da Europa com vacinação elevada e da recente detecção de nova variante de preocupação, Ômicron.
Esses eventos recentes indicam aumento do risco de desaceleração da atividade econômica mundial, com reflexos na economia brasileira, e até mesmo de reversão da trajetória benigna da crise sanitária no Brasil, Informa o Banco Central do Brasil (BCB), ao avaliar o momento atual da economia, mediante as incertezas sobre o cenário epidêmico.