Conforme divulgado oficialmente pelo Banco Central do Brasil (BCB), as novas operações de crédito direcionado para as empresas contraíram 22% no trimestre encerrado em outubro, refletindo a queda nas concessões do Pronampe.
Economia: elevação da taxa de juros das concessões de crédito
Dessa forma, com a perspectiva de um ajuste mais intenso e prolongado na política monetária, tendo em vista o aumento da inflação e as incertezas fiscais, foram observadas novas elevações das taxas de juros das concessões de crédito livre do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Aumento dos spreads
De acordo com o documento oficial do Banco Central do Brasil (BCB), diferentemente do que ocorria até a divulgação do Relatório de Inflação anterior, agora também se constata aumento dos spreads. Sendo assim, essa alta não decorre somente de um efeito composição, conforme aumenta a participação das modalidades de maior custo no total dos novos empréstimos.
Esse movimento é percebido em várias modalidades, tanto no crédito a pessoas físicas quanto jurídicas. Para as famílias, destaca-se o aumento do spread nas linhas de cartão de crédito (rotativo e parcelado) e no crédito pessoal não consignado.
Encarecimento do capital de giro
Segundo o Banco Central do Brasil (BCB), entre as empresas, o encarecimento do capital de giro com prazo de até um ano se sobressai. Em geral, o mercado de crédito bancário evoluiu favoravelmente nos últimos meses. Dessa forma, as contratações das empresas no segmento livre aumentaram, principalmente nas modalidades de curto prazo, e mais do que compensaram o arrefecimento no ritmo de expansão das concessões às famílias.
Nesse contexto, o saldo de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) registrou crescimento interanual de 16,0% em outubro. As projeções para 2021 e 2022, foram revisadas de 12,6% e 8,5% para 14,6% e 9,4%, respectivamente, observa o Banco Central do Brasil (BCB).
Empresas buscam financiamento no mercado de capitais doméstico
Adicionalmente, as empresas continuaram buscando financiamento no mercado de capitais doméstico, principalmente as de grande porte. O volume de dívidas emitidas no trimestre encerrado em outubro manteve-se relativamente estável em relação ao anterior, embora as emissões primárias de ações tenham recuado 19%, refletindo o aumento nas incertezas e a queda no valor das ações, principalmente em outubro.
Dessa forma, o Banco Central do Brasil (BCB), ressalta que o financiamento obtido no exterior também recuou no período (?3,9% em dólares). A deterioração das condições financeiras, em parte associada ao risco fiscal, deve continuar afetando negativamente os financiamentos no mercado de capitais, seja internamente ou no exterior. É possível acessar o documento divulgado pelo Banco Central do Brasil (BCB) na plataforma oficial da instituição.