De acordo como o estudo Oportunidades para o Brasil em Mercados de Carbono, da Câmara de Comércio Internacional (ICC Brasil) junto a WayCarbon, a aptidão para a geração de receitas com créditos de carbono para o país subiu de US$100 bilhões para US$120 bilhões até 2030.
Todavia, o crédito de carbono surgiu em 1997 através de um acordo ambiental instituído no Protocolo de Kyoto. Ele tem como objetivo reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa e combater as mudanças climáticas. É uma moeda onde um crédito equivale a uma tonelada de CO2 que não foi produzido.
O estudo visa atualizar o mercado sobre o progresso dos acordos ambientais após a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas COP-26. Dessa forma, foi realizado um mapeamento único do ecossistema nacional e sugestões para os agentes económicos nacionais. O Brasil em 2021 foi responsável por 12% da oferta mundial de créditos de carbono.
A participação do país em 2019 foi de apenas 3%. As projeções estimavam que em 2030 o Brasil teria uma presença de 10%. Ademais, o desempenho nacional sofreu a influência do Artigo 6 do acordo de Paris, além do aumento do número de créditos emitidos de soluções ecológicas no mundo.
Cenário otimista
A princípio, de acordo com a pesquisa, considerando o preço de US$100 por tonelada, o Brasil pode alcançar de 22,3% a 48,7% da demanda global por créditos de carbono, no mercado voluntário, chegando entre 1,5 e 2 gigatoneladas de CO2 até 2030.
O estudo ainda trouxe algumas recomendações ao governo brasiliero e ao setor privado. A meta é revigorar o mercado nacional, e dar suporte ao seu desenvolvimento. Aliás, a pesquisa indica a necessidade do país de zerar o desmatamento ilegal no país e a produção de metano.
Sobre o setor privado, a recomendação é a de que se fomente a simplificação das operações relacionadas às transações de crédito de carbono. Além disso, o estudo sinaliza a necessidade de realizar parcerias com outros mercados, cooperando com o retorno justo aos proprietários de terras e demais envolvidos.
COP-26
A 26ª cúpula das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas aconteceu em 2021, e foi considerada a última chance para mudar os processos relacionados às mudanças climáticas em todo o planeta. analogamente, houve na época, uma discussão sobre a emergência climática que afeta principalmente os países em desenvolvimento.
O debate sobre as questões relacionadas ao clima aconteceu em Glasgow, na Escócia, onde se observou que é preciso ações categóricas e urgentes por parte de todos os países. Em síntese, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), comprovou a relação da ação humana no aquecimento global.
O relatório do IPCC também comprovou que a mudança climática vem afetando todos os continentes. Desse modo, constatou-se na época que a temperatura global subiu 1,09ºC, entre 1900 e a última década, 0,29º mais quente que no estudo anterior, em 2013.
Acordo de Paris a o clima
Durante a COP-21, realizada em Paris, os países decidiram atuar em conjunto com o intuito de limitar o aquecimento global a 2ºC, estabelecendo uma meta de 1,5ºC. Houve também um comprometimento de realizar uma adaptação às mudanças climáticas. Dessa maneira, nasceu o Acordo de Paris.
Para manter o aquecimento global definido no Acordo de Paris, o mundo precisa reduzir em 50% as emissões anuais de gases responsáveis pelo efeito estufa nos próximos oito anos. Dessa maneira, é possível evitar uma “catástrofe ambiental”. Vale ressaltar que no momento o mundo vem sentindo o aumento do nível do mar em regiões como a África Subsaariana e os Estados das Pequenas Ilhas.
Crédito de carbono
O mercado global de crédito de carbono gerou cerca de US$1 bilhão em 2021. O Brasil negociou US$25 milhões, que representam cerca de 17 milhões de toneladas de carbono convertido em crédito. No entanto, o país não possui uma regulamentação para este tipo de negociação.
Dessa maneira, as empresas brasileiras não possuem metas de redução de emissão de gases de efeito estufa. Por essa razão, a emissão de créditos de carbono está abaixo da capacidade do país. O Brasil então recebe menos dinheiro e há uma menor responsabilidade da iniciativa privada na proteção ambiental.