Dólar CAI nesta sexta-feira (6), mas SOBE na 1ª semana de outubro

O dólar fechou a sessão desta sexta-feira (6) em queda de 0,14%, cotado a R$ 5,1615. Apesar do recuo no pregão, a moeda americana chegou a superar R$ 5,20 no dia devido às preocupações com os dados mais recentes do mercado de trabalho dos Estados Unidos. Aliás, a expectativa com estas informações dominaram os sentimentos dos investidores durante toda a semana.

Embora o dólar tenha caído no dia, a moeda fechou a semana com forte alta de 2,68%. Esse resultado sucede as altas de agosto (4,68%) e setembro (1,55%) e mostra que o terceiro mês consecutivo de avanço da divisa indica o pessimismo dos investidores, que tendem a buscar o dólar quando as preocupações globais crescem.

Na véspera (5), a moeda americana atingiu o maior patamar em mais de seis meses. Em resumo, a divisa vem ganhando força nos últimos tempos devido aos temores de uma recessão econômica global e do aumento dos juros nos Estados Unidos. Ambos os fatores ajudam a fortalecer o dólar ante o real.

Contudo, a moeda segue em campo negativo no acumulado de 2023, com uma queda de 2,21% no ano. Cabe salientar que a queda acumulada em 2023 chegou a atingir 11% em julho, mas as preocupações com o exterior impulsionaram o dólar nos últimos meses, reduzindo a queda para pouco mais de 2%.

Veja o que impulsionou o dólar na semana

A primeira semana de outubro ficou marcada, principalmente, pelas expectativas dos investidores em relação ao mercado de trabalho dos Estados Unidos. Os dados mais recentes foram divulgados nesta sexta-feira (6) e preocuparam tanto o mercado que fizeram o dólar disparar para mais de R$ 5,20, algo que não acontecia desde março deste ano.

De acordo com o Departamento do Trabalho norte-americano, o país criou 336 mil postos de trabalho em setembro, superando em quase duas vezes as projeções dos analistas, que acreditavam na geração de 171 mil vagas no mês.

Esse resultado causou um verdadeiro alvoroço entre os investidores, que já estavam temendo um número muito expressivo de vagas criadas. Em síntese, um forte resultado de postos de trabalho criados tende a indicar que há mais dinheiro na mão da população, uma vez que tem mais pessoas trabalhando no país.

Embora os números fortes possam parecer algo positivo, refletindo a resiliência do mercado de trabalho, os dados não animaram os investidores. Isso porque os investidores passaram a temer o aumento dos juros nos EUA, sentimento que se fortaleceu com os dados do mercado de trabalho.

Dados do mercado de trabalho dos EUA pressionaram o dólar
Dados do mercado de trabalho dos EUA pressionaram o dólar. Imagem: Agência Brasil.

Por que os juros podem subir nos EUA?

Em suma, o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, elevou os juros nos últimos anos no país para segurar a inflação, que chegou ao maior patamar das últimas décadas. Atualmente, a taxa de juros está no nível mais elevados em mais de 20 anos, e poderá subir ainda mais até o final do ano.

Como o fortalecimento do mercado de trabalho norte-americano tende a indicar mais pessoas com dinheiro em mãos, os analistas acreditavam que o aumento de vagas poderia pressionar a inflação. Dessa forma, o Fed teria mais razões para elevar os juros no país, algo que o mercado não queria.

A saber, os bancos centrais elevam os juros justamente para segurar a taxa inflacionária nos países. Isso acontece porque os juros mais altos reduzem o poder de compra dos consumidores, que passam a comprar menos produtos e contratar menos serviços. Assim, a inflação perde força, já que a demanda se enfraquece.

A elevação dos juros acaba provocando o esfriamento da economia do país. Como os Estados Unidos são a maior economia do mundo, a preocupação é que esse resultado afete todo o planeta, provocando uma recessão econômica global.

O que fez o dólar cai hoje (06/10)?

O cenário estava bastante pessimista logo que os dados foram divulgados. Contudo, com o passar do tempo, os investidores passaram a analisar melhor toda situação. Com os ânimos mais calmos, os analistas perceberam que a taxa de desemprego dos EUA permaneceu elevada, atingindo um nível recorde de 18 meses, de 3,8%, mesmo com o aumento expressivo de vagas criadas.

Por falar nisso, os dados ficaram muito elevados por causa de ajuste sazonal referente à volta dos trabalhadores da educação, que estavam em férias de verão. Logo, a quantidade elevada de vagas criadas deixou de preocupar tanto assim os investidores.

Além disso, o crescimento dos salários em setembro se manteve moderado. Em resumo, os ganhos médios por hora cresceram 0,2%, resultado semelhante ao de agosto. No acumulado dos últimos 12 meses, os salários tiveram uma alta de 4,2% nos EUA.

Cabe salientar que os salários no país ainda vêm crescendo acima de 3,5%, nível considerado compatível com a meta de inflação do Fed, segundo os economistas. Entretanto, vale destacar que o crescimento dos salários está desacelerando, dando certo alívio para o mercado,

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