Auxílio emergencial de R$ 300 jogou 11,6 milhões para a pobreza

O auxílio emergencial terminou de ser pago no dia 29 de dezembro de 2020. E não há previsão de prorrogação – o governo de Bolsonaro já descartou a ideia diversas vezes. Agora, sem auxílio e com a inflação desigual, a pobreza do Brasil deve superar os níveis de 2019 já no início de 2021.

Em setembro de 2020, o governo começou a pagar o auxílio emergencial de R$ 300, em vez de R$ 600, para milhões de brasileiros. O corte do valor de pagamento pela metade e a inflação, que foi o dobro para as faixas de renda mais baixas, fez com que 11,6 milhões de brasileiros fossem jogados à pobreza. O cálculo foi feito por Daniel Duque, economista e pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV), e o número foi divulgado pelo jornal O Globo.

O auxílio emergencial foi o principal programa responsável por manter a renda de famílias brasileiras durante a pandemia do novo coronavírus e reduzir os índices de pobreza em território nacional. Até agora, o governo não anunciou como deve atender as 65 milhões de pessoas que estavam sendo amparadas pelo auxílio.

“Vai haver um grande pulo entre dezembro e janeiro, com aumento muito intenso da pobreza. Já estamos vendo isso ao longo dos últimos meses, de uma maneira mais gradual, porque as pessoas foram conseguindo o auxílio aos poucos. Está havendo alguma recuperação no mercado de trabalho, mas não o suficiente para compensar o auxílio”, afirmou o pesquisador.

De acordo com o levantamento da FGV, a parcela de brasileiros considerados pobres era de 24,12% em novembro. São enquadrados no índice de pobreza os brasileiros com renda domiciliar por pessoa de até R$ 455 por mês. Em agosto, esse índice era de 18,42%. Posteriormente, o índice de pobreza no Brasil voltou a subir.

Atualmente, apenas os saques do auxílio estão sendo liberados ao longo de todo o mês de janeiro.

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