O endividamento é uma realidade para muitas famílias brasileiras, e encontrar uma solução para essa situação pode ser um desafio. Pensando nisso, o governo federal lançou o programa Desenrola Brasil, uma iniciativa que visa auxiliar os endividados a limparem seus nomes e retomarem sua capacidade de compra. Mas será que vale a pena aderir a esse programa de renegociação de dívidas? A seguir, vamos explorar mais detalhes sobre o Desenrola Brasil, suas fases e quem pode participar.
A primeira fase do programa Desenrola Brasil é destinada a quem possui renda mensal bruta de até R$ 20 mil e dívidas atrasadas de qualquer valor. Nessa etapa, cada banco decide se deseja participar do programa ou não. É importante destacar que só poderão ser renegociadas as dívidas contraídas entre 2019 e 31 de dezembro de 2022, e apenas as dívidas com os bancos próprios são elegíveis para renegociação. Débitos com prestados de serviços como água e luz, ou com lojas, não podem ser incluídos.
Os bancos que aderirem ao Desenrola Brasil também vão “limpar o nome” automaticamente de quem tem débitos até R$ 100. Essa medida visa beneficiário cerca de 1,5 milhão de pessoas. No entanto, é importante ressaltar que não se trata de um “perdão” das dívidas de até R$ 100. Os devedores devem comparecer aos bancos para renegociar suas dívidas. Caso não o faça, correm o risco de ter o nome negativado novamente no futuro.
A segunda fase do programa Desenrola Brasil está prevista para ser lançada em setembro e é voltada para trabalhadores que recebem até dois salários mínimos (R$ 2.640) ou pessoas cadastradas no Cadastro Único (CadÚnico), que engloba os beneficiários dos principais programas sociais. Nessa fase, aceitaremos dívidas de até R$ 5 mil.
Além das dívidas com os bancos, outras dívidas, como contas de energia, internet e telefone, também poderão ser renegociadas. Essa etapa é considerada “o grande teste de fogo” do programa, pois o governo irá lançar uma plataforma específica para o Desenrola Brasil, a ser usada por devedores e instituições financeiras. No entanto, ainda não está claro como essa plataforma funcionará, contudo, garante que ela será fácil de usar e acessível a todos é um dos desafios a serem enfrentados.
Na primeira fase do programa, destinado a quem possui renda até R$ 20 mil, não há teto para as taxas de juros que os bancos podem oferecer. No entanto, é necessário que os débitos sejam parcelados em pelo menos 12 vezes.
Para incentivar os bancos a oferecerem descontos maiores, o governo vai disponibilizar crédito tributário, ou seja, reduzir os impostos a serem pagos pelas empresas. A cada R$ 1 dado em desconto nas dívidas, o governo abrirá mão de receber R$ 1 em tributos.
Já na segunda fase, para quem recebe até dois rendimentos mínimos, o teto para as taxas de juros na renegociação das dívidas será de até 1,99% ao mês, com débitos parcelados em até 60 vezes, e o valor mínimo da parcela será de R$ 50.
Renegociar as dívidas é sempre importante para evitar que os valores devidos aumentem mês a mês, devido às taxas de juros. Quanto antes renegociar e limpar o nome, melhor. No entanto, na fase atual do programa, em que não há um teto para as taxas de juros, é recomendável avaliar cuidadosamente a oferta dos bancos antes da adesão.
Uma sugestão é entrar em contato com a instituição para a qual você deve e verificar quais são as condições oferecidas para a renegociação, sem contar com o Desenrola Brasil. Caso seja possível, tente propor que a instituição adiante as condições para que a dívida, sujeita a juros, não aumente. Se o seu banco não estiver participando do programa, outra opção é tentar transferir uma dívida para uma instituição que tenha aderido ao Desenrola Brasil.
Mesmo quem está com as prestações em dia pode tentar uma renegociação para reduzir os juros. É válido conversar diretamente com a instituição financeira e negociar as melhores condições, principalmente se você estiver com dificuldades para arcar com os pagamentos.
O governo ainda não lançou o aplicativo específico para o Desenrola Brasil, entretanto, já informado que será necessário estar inscrito no portal do governo federal GOV.BR para participar do programa. O cadastro pode ser feito por meio do CPF, seguindo as instruções do portal. Aqueles que se conectam ao portal usando dados bancários podem alcançar níveis mais altos no sistema.
A plataforma do programa também deve contar com um curso de educação financeira para os beneficiários. Embora não esteja claro se será obrigatório, é importante participar do curso para aprender a evitar novas situações de endividamento e adotar uma postura mais consciente em relação ao crédito.
Ao renegociar suas dívidas, é essencial manter a calma e avaliar cuidadosamente se será possível cumprir as obrigações financeiras decorrentes dessa nova negociação. É recomendado barganhar para obter uma prestação que caiba no seu orçamento e conhecer as condições normalmente oferecidas pelo mercado.
Aqueles que não conseguirem cumprir com os pagamentos da renegociação devem estar atentos às consequências. Embora o credor receba o valor devido, o consumidor provavelmente terá dificuldades para obter crédito novamente no futuro.
Por fim, programa Desenrola Brasil pode ser uma oportunidade para aqueles que estão endividados limparem seus nomes e retomarem sua capacidade de compra. No entanto, é importante avaliar cuidadosamente as condições oferecidas pelos bancos antes de aderir ao programa. Renegociar as dívidas de forma consciente e intuitiva pode trazer alívio financeiro e abrir portas para um futuro mais estável e próspero. Lembre-se de buscar informações atualizadas sobre o programa e estar atento aos prazos e requisitos para participar.