Desenrola vai “limpar” quase 3 milhões de CPFs com dívida de R$ 100

Ministro da Fazenda acredita que Desenrola tem potencial para limpar o nome de quase 3 milhões de brasileiros.

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) parece estar confiante no impacto positivo do programa Desenrola no Brasil. De acordo com o chefe da pasta econômica, o projeto tem potencial para limpar o nome de até 2,5 milhões de pessoas físicas com débitos de até R$ 100.

Os números consideram um cenário em que todos os principais bancos do país aceitem participar do projeto do Governo Federal. Vale lembrar que uma das condições para que a instituição financeira faça parte do Desenrola é justamente limpar o nome das pessoas que estão em situação de inadimplência por causa de débitos de menos do que R$ 100.

“Tem um banco só que estava em dúvida se aderia ou não, porque viu pouca vantagem no crédito presumido, e tem 1 milhão de CPFs negativados”, disse o ministro Fernando Haddad nesta segunda-feira (17). Ele estava se referindo ao Nubank. “Se aderirem todos os grandes bancos, são 2,5 milhões de CPFs desnegativados”, concluiu.

Inicialmente, o Ministro vinha dizendo que 1,5 milhão de pessoas poderiam ter o nome limpo depois de contrair dívidas de até R$ 100. As contas desconsideravam o Nubank, que possui a grande fatia de inadimplentes do setor financeiro por causa de pequenos débitos. Esta instituição será decisiva para o sucesso do programa.

Até aqui, já confirmaram a entrada no projeto os seguintes bancos:

  • Bradesco;
  • Banco do Brasil;
  • Itaú Unibanco;
  • Caixa Econômica;
  • Santander.
Desenrola vai “limpar” quase 3 milhões de CPFs com dívida de R$ 100
Banco do Brasil já confirmou entrada no Desenrola. Imagem: Marcelo Camargo/ Agência Brasil.

Ao menos até a publicação deste artigo, o Nubank, instituição que conta com mais de 1 milhão de inadimplentes por causa de dívidas menores de R$ 100, ainda não decidiu o que fazer.

As etapas do Desenrola

A primeira etapa

A primeira etapa do programa Desenrola foi oficialmente iniciada na última segunda-feira (17). Neste primeiro momento, a ideia é atender apenas as pessoas da chamada Faixa 2, ou seja, pessoas que tenham dívidas de até R$ 20 mil contraídas exclusivamente com bancos até o dia 31 de dezembro de 2022.

O cidadão poderá negociar dívidas como débitos com cartão crédito, e até mesmo financiamentos de veículos ou de imóveis, por exemplo. A negociação pode ser feita diretamente com o banco por meio dos canais próprios de comunicação.

A segunda etapa

Na segunda etapa, o Governo Federal deverá começar a atender as pessoas que recebem até dois salários mínimos por mês, e que possuem dívidas de até R$ 5 mil contraídas até o dia 31 de dezembro do ano passado. Cidadãos que fazem parte do Cadúnico podem ser incluídos neste sistema.

Ainda não há um prazo para o início do atendimento do Desenrola para este grupo da Faixa 1. O Ministério da Fazenda vem sinalizando que para estas pessoas a abertura das negociações deverá ocorrer apenas a partir de setembro. Será necessário, portanto, aguardar mais algumas semanas.

Análise dos pequenos débitos já começou

Mesmo que o programa ainda não esteja atendendo as pessoas da Faixa 1, onde se encontram os cidadãos em situação de vulnerabilidade social, já nesta primeira etapa o processo de retirada do nome da lista de inadimplentes por débitos de menos de R$ 100 foi iniciado.

Por esta lógica, a dívida não é perdoada, isto é, o cidadão ainda vai precisar quitar o valor, mas o banco que aceitar fazer parte do programa do Governo Federal será obrigado a retirar o nome do cidadão da lista de inadimplentes. Assim, ele vai poder voltar ao mercado de crédito.

Lula elogia projeto

Em sua live semanal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou o lançamento do Desenrola.

“O que tá acontecendo com o Desenrola é uma mudança extraordinária. Quem ganha até R$ 20 mil pode renegociar sua dívida, tem banco dando desconto de até 96%. Vamos permitir que a população possa voltar a limpar seu nome. E em setembro chega o aplicativo para negociar com o varejo”, disse o presidente.

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