A taxa mais recente de desemprego no Brasil, que registra até o mês de novembro de 2023, indica que ocorreu uma baixa. Este resultado se deu com o aumento da ocupação seja com trabalho formal ou informal.
Assim, viu-se o número de 7,5% de desemprego, ou seja, a menor taxa desde 2014, quando esta era de 6,6%. Nesse sentido, são 8,2 milhões de pessoas desempregadas até novembro de 2023.
É importante frisar o que se considera desempregado para esta pesquisa, sendo pessoas que:
- Têm idade igual ou superior a 14 anos;
- Estão sem trabalho;
- Estão buscando por oportunidades.
É necessário estar dentro destas características para se considerar desempregado, o que não inclui, portanto, os que não buscam por vagas.
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Além disso, foi possível verificar o avanço da renda média dos trabalhadores, o que aponta bons resultados econômicos para o país. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
100 milhões de brasileiros estão ocupados
A mesma pesquisa indica que o número de brasileiros com ocupação chegou em 100,5 milhões até novembro de 2023, também um recorde. Isto é, o que indica um aumento de 853 mil pessoas desde o mês de agosto de 2023. Quando em comparação ao ano de 2022, a alta foi de 0,8%.
Neste caso, é necessário lembrar que o IBGE vem considerando como ocupada todas as pessoas que estão trabalhando, seja com carteira de trabalho assinada ou na informalidade.
Portanto, o economista Rodolpho Tobler, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), falou sobre o assunto.
“O resumo é que o mercado de trabalho mantém a trajetória positiva vista ao longo de 2023. A taxa de 7,5% surpreende de maneira positiva, se olharmos para o que era esperado no início do ano”, declarou.
Ademais, os especialistas indicam é importante considerar o que se chama de “taxa de participação na força do trabalho”. Trata-se daqueles com 14 anos ou mais que estão ocupadas ou buscando oportunidades.
Portanto, variação na busca ou não por emprego também influencia no resultado.
Esta taxa de participação na força do trabalho, então, saltou para 62% em novembro de 2023, quando em comparação com 61,8% em agosto. No entanto, caso a busca por emprego fosse maior, a taxa de desemprego também estaria mais elevada.
Desemprego continuará baixo em 2024?
De acordo com o pesquisador Rodolpho Tobler, as expectativas não são melhores para este ano de 2024. O que se espera, para os especialistas, é que o ritmo de mercado de trabalho desacelere.
Assim, é possível que a taxa de desemprego gire em torno de 8% para este ano.
“A tendência é o mercado de trabalho andar mais de lado, porque a economia deve desacelerar”, declarou o pesquisador.
Inclusive, em toda a América Latina, os resultados de 2023 e a estimativa para 2024 são semelhantes. É o que indica a OIT (Organização Internacional do Trabalho).
As taxas de desemprego em toda a região ficou em 6,3% em 2023, o que representa uma importante baixa, quando em comparação ao ano de 2022. Na época, a taxa ficou em 7,2%.
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Contudo, para 2024, toda a América Latina deve ter uma desaceleração na economia, com possível aumento do desemprego. São estas as estimativas do FMI (Fundo Monetário Internacional) e da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe da ONU).
Informalidade aumentou
A baixa no desemprego no ano de 2023 também considera uma grande alta no nível de informalidade das ocupações.
Assim, vê-se que do total de trabalhadores com ocupação são:
- 37,7 milhões estão no setor privado e têm carteira assinada;
- 39,4 milhões não têm carteira assinada e nem CNPJ, ou seja, estão na informalidade.
O restante daqueles que têm ocupação podem representar outros grupos como, por exemplo, os que têm CNPJ.
De acordo com o IBGE, esta taxa de informalidade é a maior desde 2016, quando a pesquisa começou a verificar este índice. Portanto, ainda que o desemprego tenha abaixado, isto se deu com o aumento da informalidade.
Sem uma formalização do trabalho, o trabalhador tem menos garantias sobre seus direitos. Dessa forma, é importante que o aumento das vagas de emprego sejam com carteira de trabalho assinada ou outros formatos com mais garantias, como o serviço público.
Estados também mostram baixa no desemprego
Para além de uma baixa geral no desemprego no país, alguns estados mostraram um resultado semelhante a nível regional. Isto é, como por exemplo, o Acre e São Paulo.
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Além disso, outros estados demonstram como a informalidade vem crescendo, como no caso de Rio Grande do Sul.
Acre tem a menor taxa de desemprego do Brasil
No último trimestre de 2023, o estado do Acre indicou a menor taxa de desemprego no país, com um índice de 6,2%.
Além disso, o estado também diminuiu o índice de informalidade. No terceiro trimestre de 2022, 46,6% dos acreanos ocupados eram trabalhadores informais. Já no mesmo período em 2023, esta taxa foi para 44,5%.
Os dados também acompanham a pesquisa do IBGE.
São Paulo também teve baixa
De acordo com informações da Fundação Seade, o estado de São Paulo conta com um total de 24,2 milhões de ocupados. Isto é, com um aumento de 1,1% entre o segundo e o terceiro trimestre de 2023.
Contudo, há que se frisar que o estado de São Paulo tem a maioria das novas ocupações na informalidade. Do total de 268 mil de novas ocupações, são:
- 100 mil com carteira assinada; e
- 168 mil na informalidade.
Nesse sentido, a capital do estado apresentou um índice ainda maior de informalidade. Do total de 100 mil novas ocupações, 94 mil estão na informalidade e 6 mil têm carteira assinada.
Rio Grande do Sul indica informalidade
Outra pesquisa recente é do Rio Grande do Sul, o Boletim do Trabalho do DEE (Departamento de Economia e Estatística).
Segundo o documento, uma a cada três pessoas com emprego no estado está na informalidade. Assim, vê-se que 31,5% dos cidadãos ocupados estão nesta situação, o que é menor que o nível nacional, de 39,1%.
Ao todo, são 5,84 milhões de pessoas ocupadas no Rio Grande do Sul, ou seja, 61,3% das pessoas com 14 anos ou mais. Deste número, são 1,84 milhão em vagas informais, sem maiores garantias de direitos.