Datas comemorativas recuperam relevância do e-commerce

Acessos às plataformas de e-commerces saltaram 8% em março e gasto com o Dia das Mães cresceu 25%

As datas comemorativas ajudaram o e-commerce a melhor seus resultados em 2023. A começar pela primeira data comemorativa de peso do ano – o Dia da Mulher, no começo de março – o número de acessos passou de uma queda de quase 15% em fevereiro para creescimento de 8% no mês seguinte. Segundo o Relatório Setores do E-commerce da Conversion, o número de visitas únicas alcançou 2,31 bilhões.

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Foi a primeira alta no tráfego do comércio eletrônico do País em quatro meses – puxada principalmente pelos acessos via web (9,2%). Além da data, entra na conta o próprio contexto econômico do Brasil e a situação financeira das famílias nessa época do ano. As dívidas contraídas no fim de 2022, com as compras de Natal, começam a ser liquidadas a partir do terceiro mês do ano. 

Com isso, as pessoas estão voltando a reunir condições para consumir bens não essenciais ou mesmo para presentear alguém novamente. Outro ponto é que, após os primeiros meses de incertezas econômicas, o quadro parece estar mais bem desenhado, com a inflação em queda e, por isso mesmo, um aumento tímido do poder de compra. 

Impacto das datas comemorativas 

O impacto do Dia da Mulher se vê melhor pelos setores mais acessados em março: o de Presentes e Flores registrou o melhor desempenho, subindo 17%. Além dele, o de Jóias e Relógios também cresceu significativamente (13,3%). Ambos estão diretamente ligados a presentes costumeiramente dados na data.  

Já o setor mais relevante do e-commerce, o de marketplaces, que engloba desde grandes redes de varejo até pequenos lojistas inseridos no mercado online, cresceu 9% no mês, atingindo 989,5 milhões de visitas – um aumento que também pode ser analisado a partir dos presentes procurados para o 8 de março. 

A melhora no mês foi tão significativa, na verdade, que somente um único setor analisado na pesquisa perdeu acessos: o de produtos para pets, que caiu sutilmente em 1,3%. 

Outra pesquisa mostra como o Dia das Mães impactou esse mercado. A data representou um aumento de 25% no ticket médio das vendas do e-commerce, segundo a Rakuten Advertising, especializada em tecnologia para publicidade e marketing digital. A empresa também detectou um aumento de 15% no número de cliques em anúncios do e-commerce na semana que antecedeu o Dia das Mães deste ano em relação à semana anterior à data de 2022. 

Dentre as categorias online mais escolhidas para presentear as mães em 2023, o primeiro lugar manteve-se o mesmo do ano passado: “vestuário e acessórios”, que concentrou individualmente o maior percentual das conversões.   

Mas a partir da segunda posição, houve mudanças. Os eletrônicos de consumo ocuparam a vice-liderança e foram um dos grandes destaques desse último Dia das Mães. A categoria “casa e decoração” completa o pódio. Já as lojas de departamento caíram duas posições em comparação a 2022 e passaram a ocupar a quarta posição.  

O papel dos e-commerces asiáticos 

Como não poderia deixar de ser, o desempenho positivo de março afetou o tráfego das marcas, ainda segundo o estudo da Conversion. O Mercado Livre permanece na ponta, somando quase o dobro de visitas únicas do segundo lugar, a Amazon Brasil. Em março, o Mercado Livre cresceu 8%, chegando a 340 milhões de acessos. A Amazon, por sua vez, cresceu 13,7%, enquanto a Shopee teve uma alta mais tímida, de 4%. 

As plataformas asiáticas, aliás, ganham tráfego mês a mês. Hoje, além da Shopee, a AliExpress já se consolidou na quinta colocação entre as mais visitadas, subindo seus acessos em 14% no mês passado. Com 82,2 milhões de visitas, ela vê a chinesa Shein se aproximar, com 75,9 milhões (ocupa a sexta posição). 

Esses dados são ainda mais relevantes considerando as últimas discussões acerca da taxação de encomendas internacionais, visto que os e-commerces asiáticos retém grande parte da participação no mercado online brasileiro. Prova disso é que das 10 plataformas mais visitadas do País, um quarto é asiática. 

No Share of Search, por fim, a Amazon retomou a ponta da lista geral, reunindo 49% das buscas do setor de marketplaces no Google e seguiu como o melhor desempenho geral. Ela é seguida pela Stanley, de Presentes e Flores (42%), e a Loja do Mecânico, de Ferramentas e Acessórios (40%).

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