A economia da Região Centro-Oeste do Brasil continuou em trajetória de crescimento no segundo trimestre de 2022, de acordo com dados oficiais do Banco Central do Brasil (BCB), divulgados na data desta publicação, 02 de setembro de 2022.
Dados oficiais apontam crescimento na economia da Região Centro-Oeste do Brasil
O Índice de Atividade Econômica Regional do Centro-Oeste (IBCR-CO) apresentou alta de 2,0% frente ao trimestre anterior, quando cresceu 1,1%, considerados dados dessazonalizados. Sobressaíram no período o comércio, a agricultura, a construção civil e os serviços às famílias, de acordo com o Banco Central do Brasil (BCB).
Banco Central e o crescimento regional do Centro-Oeste
No acumulado de doze meses, o IBCR-CO cresceu 4,6%. O LSPA de julho, divulgado pelo IBGE, aponta para uma safra recorde em 2022, acima da projetada em abril, influenciada, principalmente, pela expansão expressiva na colheita do milho, depois do resultado negativo registrado em 2021.
O Banco Central do Brasil (BCB) destaca que a cultura da soja sofreu com a estiagem e calor excessivo no sul do Mato Grosso do Sul e deve crescer ligeiramente em 2022. As vendas externas da região, impulsionadas pelas exportações do complexo da soja e do milho, cresceram 35,7% nos primeiros sete meses do ano, refletindo a elevação dos preços internacionais das commodities agrícolas.
Balança comercial
Como resultado, a balança comercial do Centro-Oeste apresentou superávit de US$23,5 bilhões, aumento de 24,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, sendo a única região com crescimento expressivo do saldo comercial.
De acordo com o Banco Central do Brasil (BCB), a indústria cresceu pelo terceiro trimestre consecutivo, embora em menor ritmo, de acordo com dados dessazonalizados. Esse resultado foi influenciado principalmente pelo desempenho positivo da produção de derivados de petróleo e biocombustíveis, e da indústria farmacêutica, destaca a divulgação oficial.
Por outro lado, houve queda na produção de alimentos, principal segmento da indústria do Centro-Oeste. A produção de veículos e do segmento metalúrgico também recuaram no trimestre. Em julho, o Icei do Centro-Oeste, divulgado pela CNI, retornou aos 57,6 pontos registrados em abril após subir nos últimos dois meses, informa o Banco Central do Brasil (BCB).
O indicador, influenciado pelo comportamento do índice de expectativas (61,7 pontos em julho), continua sinalizando otimismo dos empresários. Os indicadores de demanda na região cresceram no segundo trimestre, desacelerando na margem em relação ao trimestre anterior.
Elevação das vendas
O volume das vendas do comércio ampliado expandiu 1,6%, conforme dados com ajuste sazonal da PMC do IBGE, refletindo principalmente o aumento nas vendas de veículos, informa o Banco Central do Brasil (BCB).
Houve crescimento no Mato Grosso do Sul, no Mato Grosso e no Distrito Federal e queda em Goiás. No mesmo sentido do comércio, o volume de serviços cresceu 0,5% no segundo trimestre, com altas em Mato Grosso do Sul e em Goiás. O Banco Central do Brasil (BCB) destaca as elevações nos serviços às famílias e em transportes.
Emprego formal
No mercado de trabalho, segundo dados do Novo Caged, foram criados empregos formais em todos os setores no segundo trimestre de 2022, especialmente em serviços. Comparativamente ao mesmo trimestre de 2021 houve incremento de 14,5% na geração de postos de trabalho.
Conforme a pesquisa da PNADC-T do IBGE, a taxa de desemprego na região atingiu 6,9% no segundo trimestre, registrando redução de 1,0 p.p. em relação ao trimestre anterior, considerados dados dessazonalizados.
A variação do IPCA
O resultado reflete o aumento do número de ocupados em intensidade superior ao da força de trabalho. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Centro-Oeste registrou variação de -0,49% no trimestre finalizado em julho, desacelerando significativamente em relação ao encerrado em abril, quando registrou variação de 3,78%.
De acordo com o Banco Central do Brasil (BCB), a redução se concentrou nos preços administrados, mais precisamente na gasolina e na energia elétrica residencial. O índice de difusão no trimestre recuou para 67,2%, frente a 73,0% no ano anterior.