Covid-19 se torna principal motivo para auxílio-doença no INSS
A Covid-19 se tornou agora em 2021 o principal motivo para a liberação do auxílio-doença do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). De acordo com os dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, essa foi a doença que mais motivou liberações do benefício no primeiro trimestre do ano.
Segundo a Secretaria, foram 13.259 liberações desse benefício entre os meses de janeiro e março no Brasil. É portanto a doença que mais motivou essas concessões. Em segundo lugar vem a hérnia de disco com cerca de 8 mil casos. Os números preocupam as autoridades sanitárias.
Para quem não sabe, o auxílio-doença é um benefício que vai para as pessoas que adoecem e não podem trabalhar justamente por causa da doença. Então enquanto essa pessoa estiver recebendo o benefício, ela deixa de receber o salário da empresa, e passa a receber esse benefício.
Ele só passa por uma liberação se o caso for notadamente grave. No caso da Covid-19, o trabalhador só vai receber o auxílio se ele passar mais de 15 dias doente. E de acordo com especialistas, se uma pessoa passa mais de 15 dias com a Covid-19 é porque o caso é mais sério do que se podia imaginar.
Isso tudo quer dizer apenas que cerca de 13 mil brasileiros tiveram que se afastar dos seus empregos porque contraíram a Covid-19. Esse número só considera os dados deste ano. Não se conta, por exemplo, todas as pessoas que tiveram que deixar de trabalhar por esse mesmo motivo no ano passado.
Auxílio-doença em 2020
Durante todo o ano passado, a Covid-19 se manteve na terceira posição das doenças que mais causavam liberações do auxílio-doença. De acordo com os dados também da Secretaria Especial, foram cerca de 37 mil concessões desse benefício entre os meses de março e dezembro.
Na segunda posição vinham as lesões nas articulações do ombro com 37.311 e na liderança estavam os transtornos lombares com pouco mais de 49 mil liberações. Agora, pelo menos até este momento do ano, a Covid-19 vem liderando em 2021.
E quando se compara a situação de agora com a do ano passado, a situação fica ainda mais preocupante. É que a média mensal de agora está quase 20% maior do que a que se viu em 2020. Isso significa dizer portanto que cada vez mais empregados estão se afastando do trabalho por causa dessa pandemia.
Covid-19
A relação entre pandemia e trabalho é polêmica no Brasil. Por um lado, muita gente acredita que as pessoas precisam sair para trabalhar mesmo com a pandemia. Do outro lado, várias pessoas acham que o melhor é segurar essas pessoas em casa e pagar um auxílio alto para essas pessoas.
De certa forma, os dados da Secretaria chegam para colocar um pouco mais de fogo nesta discussão. De acordo com especialistas, esses números mostram que vários brasileiros que estão saindo para trabalhar estão se contaminando com o vírus e correndo risco de vida.
Vale lembrar ainda que esses números só consideram o montante de trabalhadores formais ou os informais que possivelmente pagam o INSS. Boa parte dos trabalhadores informais que tiveram que deixar de trabalhar nem entraram nessa conta da pesquisa. Isso pode revelar portanto que o tamanho desse problema é maior do que aparente.