Cotação do dólar hoje (24): moeda sobe em dia de aversão a risco

Cotação do DÓLAR hoje (24/08): moeda sobe em dia de aversão ao risco

Após duas quedas seguidas, o dólar voltou a subir no pregão desta quinta-feira (24). O cenário externo impactou o mercado de câmbio de maneira mais intensa que o doméstico, e o resultado foi mais uma vez o fortalecimento do dólar, que segue em alta neste mês de agosto.

Na sessão de hoje, o dólar fechou o pregão em alta de 0,51%, cotado a R$ 4,8798. Com o acréscimo deste resultado, o dólar reduziu a perda acumulada na semana para 1,76%. Contudo, ainda reserva ganhos de 3,19% em agosto. Aliás, a divisa chegou a subir mais de 5,00% neste mês, mas as últimas quedas eliminaram boa parte dos ganhos da moeda.

Já no acumulado de 2023, o dólar segue no campo negativo, com uma queda de 7,54%. Em resumo, a moeda americana vem enfrentando desafios para se manter em alta ante o real devido aos acontecimentos internos, que estão incentivando os investidores a buscarem ativos de risco no país.

Esse cenário sofreu uma mudança mais significativa em agosto, quando as preocupações externas ganharam força e impulsionaram o dólar. Isso explica o saldo da moeda norte-americana neste mês, apesar de ainda acumular uma queda firme no ano.

Inflação e juros nos Estados Unidos

Em agosto, o principal fator que impulsionou o dólar foi o cenário internacional. Em suma, o mercado percebeu que tanto os Estados Unidos quanto a China não deverão ter um crescimento expressivo em 2023, e isso deverá afetar todo o planeta, já que estas são as maiores economias globais.

Na véspera (23), os analistas ficaram mais otimistas quanto à manutenção dos juros nos EUA devido à expectativa de crescimento mais lento da economia norte-americana. Contudo, nesta quinta-feira (24), dados do mercado de trabalho americano mostraram resiliência, dando folga para que os juros no país aumentem ainda mais.

A saber, os juros dos EUA estão no maior patamar em mais de duas décadas. Inclusive, a taxa de juros cresce para segurar a inflação, e muitos analistas acreditavam que o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, não iria mais elevar os juros, uma vez que a inflação para os consumidores do país veio abaixo do esperado em julho.

No entanto, os dados mais recentes mostram que o Fed pode surpreender e elevar novamente os juros no país. Em síntese, quanto mais altos estiverem os juros nos EUA, mais atraentes ficam os títulos norte-americanos, e isso fortalece o dólar em relação às demais divisas, principalmente aquelas de países emergentes, como o real.

Cenário internacional preocupa investidores, que evitam ativos de risco
Cenário internacional preocupa investidores, que evitam ativos de risco. Imagem: Agência Brasil.

Aprovação do novo arcabouço fiscal

Nos dois últimos dias, marcados pela queda do dólar, o que mais influenciou o mercado de câmbio foi o cenário doméstico. Em resumo, os investidores ficaram atentos à proposta do novo arcabouço fiscal, que foi aprovada na Câmara dos Deputados no final da noite da terça-feira (22).

A nova regra fiscal é a principal aposta do governo Lula para equilibrar as contas públicas e diminuir e estabilizar a dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O mecanismo ficará no lugar do teto de gastos, atual regra que limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior.

Em suma, o novo arcabouço fiscal autoriza o aumento dos gastos acima da inflação, ou seja, a taxa inflacionária deixa de ser o principal teto para a alta dos gastos públicos. Além disso, a nova regra fiscal também determina que o crescimento dos gastos ficará condicionado ao aumento da arrecadação federal.

O mercado recebeu positivamente a aprovação do arcabouço fiscal, pois a nova regra elimina as chances de explosão da dívida federal, fator que pressiona no aumento dos juros, coisa que os investidores não gostam. Agora, falta apenas a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a regra entrar em vigor no Brasil.

Ibovespa cai pela 15ª vez em agosto

Em 18 sessões realizadas em agosto, o Ibovespa tem um saldo de 15 quedas. O resultado é péssimo para o indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira. Aliás, o Ibovespa chegou a cair em 13 pregões consecutivos, maior sequência de quedas já registrada na história.

Na sessão de hoje, o indicador caiu 0,94%, a 117.026 pontos. Embora tenha caído em 15 pregões, o Ibovespa acumula uma queda de “apenas” 4,03% no mês, resultado considerado pouco expressivo para tantas quedas assim. Em 2023, o indicador reserva ganhos de 6,64%.

No pregão de hoje, 65 das 85 ações listadas no Ibovespa subiram, evidenciando a disseminação das quedas na sessão. A carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 14 bilhões nesta sessão, valor bem menor que a média diária de agosto, de R$ 18,4 bilhões.

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