Com corte de R$ 600 milhões, veja o que pode ser prejudicado

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, criticou o corte de R$ 690 milhões do ministério. A mudança de valores partiu do ministério da Economia, liderado por Paulo Guedes, mas também foi aprovada pelo Congresso Nacional

“É preciso priorizar a ciência. Ciência é vida!”, argumentou Pontes. Para ele, uma revisão deve ser feita “urgentemente”.  O montante a menos pode inclusive impactar pesquisas em universidades e atingir a saúde, inclusive em relação a ações voltadas a Covid-19.

“Quando mais precisamos da ciência, a equipe econômica age contra a lei, com manobras que sugerem a intenção deliberada de prejudicar o desenvolvimento científico do Brasil”, continua a nota sobre o corte na ciência.

Centro Nacional de Vacinas pode estar ameaçado

Neste cenário, o corpo técnico do futuro do Centro Nacional de Vacinas, em Minas Gerais, está alerta para o corte na ciência já que depende de R$ 50 milhões da pasta para esse projeto e outros R$ 30 milhões do governo estadual. A iniciativa é da Universidade Federal de Minas Gerais, que deve realizar pesquisas acerca da malária e da Covid-19, por exemplo. As informações são do portal “Estado de Minas Gerais”.

Ainda se o orçamento se mantiver desta forma, a continuidade de 7.162 bolsas de pesquisadores pode estar ameaçada. O número é significativo, já que são 9,4% bolsas das 76.557 oferecidas em todo Brasil.

“Não fomos alertados ou comunicados sobre o corte, mas é preocupação, sim, que afete o acordo do MCTI e governo do estado para construir um instrumento jurídico e liberar o recurso para a construção do Centro. Esperamos que não tenha impacto, porque esse é um projeto estratégico para o país em um importante gargalo, como o da produção de vacinas, que foi gravíssimo como vimos com a COVID-19”, afirmou ao “Estado de Minas Gerais” uma das coordenadoras do Centro Nacional de Vacinas e do Centro de Tecnologia em Vacinas da UFMG (CT Vacinas), Ana Paula Fernandes.

O governo de Minas Gerais confirmou os recursos liberados para o equipamento, mas o ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações não respondeu para o portal “Estado de Minas Gerais”.

Justificativa do Ministério da Economia para corte na Ciência

O Ministério da Economia ainda tentou explicar ainda disse que o corte no orçamento da ciência “ocorreu para cumprir decisão governamental quanto à necessidade de remanejar recursos neste momento, a qual foi referendada pela Junta de Execução Orçamentária (JEO)”.

A pasta também explicou que os recursos devem ser utilizados para despesas com produção e fornecimento de radiofármacos no país; funcionamento das instalações laboratoriais que dão suporte operacional às atividades de produção, prestação de serviços, desenvolvimento e pesquisa, entre outras aplicações.

Até agora o corte não foi alterado e não houve pronunciamentos oficiais.

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