No cenário econômico atual, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir os juros básicos da economia para 12,75% ao ano trouxe um impacto significativo.
Copom reduz Selic e isso impacta a economia do país e o seu PODER DE COMPRA
A esperada queda de 0,5 ponto percentual pela comunidade financeira sinaliza uma mudança nas estratégias do Banco Central para lidar com a inflação e estimular a economia. Entenda os motivos por trás dessa decisão, seu impacto na inflação e na atividade econômica, bem como as implicações para o mercado financeiro.
Selic em queda
A decisão do Copom de reduzir a taxa Selic, os juros básicos da economia, em 0,5 ponto percentual, para 12,75% ao ano, foi tomada de forma unânime pelos membros do comitê. Contudo, o mercado financeiro já aguardava essa ação, visto que o comportamento dos preços nos meses anteriores tornou necessário um ajuste nas taxas de juros.
Desse modo, o Copom, em seu comunicado, justificou a medida como compatível com a estratégia de levar a inflação de volta à meta em 2024 e 2025. O comitê também expressou a intenção de continuar promovendo reduções na mesma intensidade nas próximas reuniões, embora não tenha dado detalhes sobre o início do próximo ano.
Entretanto, a magnitude total do ciclo de flexibilização será determinada pela evolução da inflação, expectativas de inflação, hiato do produto e balanço de riscos.
Cenário anterior
Vale destacar que, de março de 2021 a agosto de 2022, o Copom havia aumentado a taxa Selic por 12 vezes consecutivas em um ciclo de aperto monetário. Em suma, esse movimento foi uma resposta à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis.
Posteriormente, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes consecutivas, de agosto do ano passado até agosto deste ano. Antes desse ciclo de alta, a Selic estava em seu nível mais baixo da série histórica, atingindo 2% ao ano.
Essa redução drástica ocorreu em resposta à contração econômica causada pela pandemia de covid-19, com o objetivo de estimular a produção e o consumo. No entanto, a taxa permaneceu nesse patamar de agosto de 2020 a março de 2021.
Inflação e metas
A Selic desempenha um papel fundamental no controle da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Em agosto, o IPCA registrou 0,23% e acumulou 3,23% nos últimos 12 meses. Após quedas no primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa elevação já era esperada pelos economistas.
Desse modo, no cenário de metas de inflação estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta para 2023 é de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Isso significa que o IPCA não deve ultrapassar 4,75% nem ficar abaixo de 1,75% neste ano.
No entanto, as previsões do mercado são mais otimistas do que as oficiais. Segundo o boletim Focus, as instituições financeiras projetam que a inflação oficial encerrará o ano em 4,86%. Há um mês, essas estimativas estavam em 4,9%. Contudo, é importante observar que essas previsões podem ser revisadas com base em novos dados econômicos.
Estímulo à economia
A redução da taxa Selic é uma estratégia que visa estimular a economia. Isso porque taxas de juros mais baixas tornam o crédito mais acessível, incentivando a produção e o consumo.
No entanto, é preciso ter em mente que taxas mais baixas também podem dificultar o controle da inflação. Portanto essa movimentação do Copom quanto a alteração na taxa Selic impacta diretamente o poder de compra do cidadão já que altera o fluxo de oferta e demanda.
Desse modo, essa diminuição é bastante significativa. Uma vez que representa um novo ciclo para a economia e uma futura diminuição nos preços referentes aos itens da cesta básica.