Confiança do COMÉRCIO sobe 3,0 pontos em fevereiro

Confiança dos empresários do COMÉRCIO sobe 3,0 pontos em fevereiro

Setor recupera parte da queda registrada em janeiro, mas confiança segue em patamar baixo, indicando pessimismo dos empresários

Os empresários do comércio voltaram a se mostram um pouco mais otimistas em relação à atividade econômica do Brasil. Após cair 4,4 pontos em janeiro, a confiança do setor subiu 3,0 pontos em fevereiro, eliminando parte do tombo registrado no mês anterior.

Em síntese, o Índice de Confiança do Comércio (Icom) interrompeu uma sequência de três quedas consecutivas. Isso mostra que os empresários do setor estavam pessimistas no final 2022, e que isso continuou em janeiro. No entanto, em fevereiro, o resultado foi positivo.

“A alta do mês foi influenciada por uma melhora da percepção dos empresários em relação a situação atual, mas é necessário cautela porque os resultados positivos recuperam apenas parte do que foi perdido desde o final de 2022”, explicou Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre.

A propósito, o Instituto Brasileiro de Economia Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), responsável pelo levantamento, divulgou os dados nesta semana.

Com o acréscimo do resultado de fevereiro, o indicador chegou a 85,8 pontos, após atingir em janeiro o menor patamar em quase dois anos. Contudo, o patamar da confiança do setor segue em nível baixo.

Vale destacar que taxas superiores a 100 pontos indicam otimismo dos empresários. Por outro lado, taxas inferiores a essa marca refletem o pessimismo do comércio. Nos últimos meses, isso acabou se intensificando, mas o resultado de fevereiro traz esperanças para dados mais positivos ao longo do ano.

Otimismo com situação atual impulsiona confiança

Em resumo, o Icom é composto por dois indicadores, o Índice de Situação Atual (ISA-COM) e o Índice de Expectativas (IE-COM). Em fevereiro, os índices tiveram variações opostas, mas um deles exerceu bem mais influência na confiança dos empresários que o outro.

De um lado, o ISA-COM saltou 6,7 pontos em fevereiro, para 86,6 pontos. O forte avanço elimina a maior parte da queda de 8,8 pontos registrada em janeiro, que fez o indicador cair para o menor nível em um ano. Aliás, a alta sucede quatro meses seguidos de queda.

Em fevereiro, a confiança dos empresários do comércio cresceu em relação à situação atual do Brasil. Assim, a taxa do ISA-COM voltou a se aproximar dos 100 pontos, marca de neutralidade do Icom.

Em contrapartida, o IE-COM caiu 0,8 ponto em fevereiro, para 85,7 pontos. O recuo sucede duas altas consecutivas, que refletiam um maior otimismo dos empresários com o futuro.

Apesar de ter sido tímido, o recuo fez o indicador se distanciar um pouco mais da marca dos 100 pontos, refletindo a falta de confiança dos empresários do setor com o futuro.

“Pelo lado das expectativas, se observa uma acomodação em patamar baixo, com pouca variação nos últimos meses, demonstrando que ainda existe preocupação com o futuro”, disse o economista do FGV Ibre.

Alta fica disseminada em fevereiro

Segundo o levantamento, o avanço da confiança do comércio em fevereiro foi bastante disseminado, atingindo cinco dos seis principais segmentos do setor. Isso fez o Icom subir de maneira expressiva no mês, uma vez que as altas foram bem mais disseminados que os recuos registrados no país.

No entanto, o resultado do indicador em fevereiro ainda não pode ser considerado como uma tendência, até porque a alta sucede três meses de queda. Por isso que os analistas seguem atentos aos próximos meses.

“Os próximos resultados serão importantes para mostrar se a alta deste mês sinaliza o início de uma recuperação ou apenas uma manutenção da confiança em patamar baixo”, disse Rodolpho Tobler.

“O segundo cenário parece mais provável considerando a expectativa de desaceleração econômica no início de 2023”, ponderou o economista.

Por exemplo, o indicador de volume de demanda atual acumulou uma forte queda de 20,3 pontos nesse período. Da mesma forma, o indicador situação atual dos negócios registrou perdas de 19,4 pontos desde agosto, o que reflete a falta de confiança com o presente do país.

“Apesar de uma percepção melhor sobre a demanda em fevereiro e consequentemente sobre a situação atual, isso não é suficiente para recuperar as perdas dos meses anteriores”, explicou o FGV Ibre.

“O ISA-COM, em médias móveis trimestrais, acumulou perda de 21 pontos desde agosto de 2022. No mesmo sentido, também tem aumentada a citação ao fator de demanda insuficiente como um limitativo à expansão dos negócios. Atualmente 26,8% citaram sugerindo dificuldade de recuperação no setor”, informou a entidade.

Todos esses resultados mostram que a confiança dos empresários do setor não deverá seguir uma trajetória única em 2023. A expectativa é que o indicado fique maleável ao longo do ano, com avanços e recuos se intercalando.

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