O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vai anunciar um novo concurso este ano? Esta é uma pergunta que milhares de brasileiros querem saber a resposta. Na última semana, o presidente da autarquia, Alessandro Stefanutto deu algumas pistas sobre o que o Governo Federal está preparando sobre este assunto.
“Quanto ao novo concurso estamos com estudos avançados, mas temos que lembrar que certames, seleção de empresa organizadora e tantas outras demoram. O que posso adiantar é que trabalharemos muito para termos mais servidores, inclusive, de nível superior”, disse Stefanutto em entrevista.
A declaração do novo presidente do INSS vem de encontro com a avaliação do Governo Federal de que o Instituto precisa de novos concursados em caráter de urgência. É de concordância geral o argumento de que a atual quantidade de trabalhadores não é suficiente para atender a alta demanda de entrada, que provoca o crescimento da fila de espera.
Dados mais recentes do portal da transparência indicam que quase 1,8 milhão de brasileiros estão aguardando por uma reposta do INSS para saber se podem ou não receber benefícios previdenciários. Parte destes cidadãos estão na fila de espera há mais de um ano.
Concurso do INSS
Quem também indicou que o Governo Federal poderá aplicar a solicitação de um novo concurso foi o Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT). Em entrevista, ele disse que a decisão final sobre este tema vai caber ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Lupi disse ainda que o foco agora é colocar para trabalhar as pessoas que realizaram o concurso público do ano passado e que estão entre os selecionados para atuar na autarquia.
“Vai ter contratação. Nós já recebemos agora cerca de mil funcionários, que foram concursados ainda no ano passado, mas que não tinham sido chamados. Mas não é assim (estala os dedos), você contrata e a pessoa começa a trabalhar”, disse o Ministro.
“Ainda pretendemos chamar mais dois mil. Esses dois mil dependem da autorização especial do presidente da república. Eles também são concursados”, disse o Ministro da Previdência em entrevista concedida à Globo News na manhã da último dia 19 de julho.
“Nós estamos agora propondo – estou esperando apenas a ministra Esther (Esther Dweck, Ministra da gestão) – mais 250 concursados que fizeram o concurso no ano passado para que eles também façam este estágio comprobatório para o seu aprendizado e sejam direcionados para as agências”, seguiu o Ministro.
“Além disso, devemos publicar nos próximos dias uma nova reformulação dos quadros. Só para vocês terem uma ideia, até 2005 ou 2006, o INSS tinha 40 mil funcionários. Hoje estamos com cerca de 18 mil. A perícia médica tinha 7 mil peritos, e hoje tem 3,8 mil, ou seja, deixaram de lado a previdência social”, completou ele.
A fila de espera
Como dito, a fila de espera do INSS já conta com quase 1,8 milhão de brasileiros. A lista inclui pessoas que estão aguardando análises administrativas e também aquelas que esperam pela realização da perícia médica.
Em declaração recente, o presidente Lula indicou que poderá até mesmo demitir as pessoas que não estão conseguindo reduzir a fila de espera do INSS.
“Se é falta de funcionário, a gente tem que contratar funcionário. Se é falta de competência, a gente tem que trocar quem não tem competência”, disse Lula.
“Não há nenhuma explicação a não ser ‘eu não posso aposentar, porque eu não tenho dinheiro para pagar’. Se for isso, a gente tem que ser muito verdadeiro com o povo e dizer por que que tem essa fila”, disse o petista.
Além da admissão de novos concursados, o INSS também anunciou que vai pagar um bônus em dinheiro para os funcionários que conseguirem aumentar os seus níveis de análise diária de pedidos. A meta geral é conseguir reduzir a fila até o final deste ano de 2023.