Concessões pelo rotativo cartão de crédito batem recorde em 2022

Concessões pelo rotativo cartão de crédito batem RECORDE em 2022

Concessões somaram R$ 341,7 bilhões em 2022, maior valor já registrado desde o início da série histórica para anos fechados, em 2012

O Banco Central (BC) informou nesta sexta-feira (27) que o volume de concessões de empréstimos por meio do cartão de crédito rotativo para pessoas físicas bateu recorde em 2022.

A saber, as novas concessões de empréstimos totalizaram R$ 341,7 bilhões no ano passado. Isso representa um crescimento de 51,8% na comparação com 2021, quando as concessões somaram R$ 224,7 bilhões. Já a média mensal foi de R$ 28,45 bilhões em 2022, contra R$ 18,7 bilhões em 2021.

O volume de concessões foi o mais elevado já registrado pela série histórica do BC para anos fechados, que teve início em 2012. Em outras palavras, os brasileiros nunca buscaram tanto o rotativo do cartão de crédito quanto no ano passado.

Aliás, em toda a série histórica, o valor anual nunca havia chegado a R$ 300 bilhões. Isso porque o recorde anterior havia sido alcançado justamente em 2021, quando as concessões somaram R$ 224,7 bilhões, bem distante da marca alcançada em 2022.

Em síntese, o BC registrou resultados anuais superiores a R$ 200 bilhões apenas outras duas vezes. Isso ocorreu em 2014 (R$ 205,131 bilhões) e em 2019 (R$ 200,603 bilhões). No entanto, o montante acumulado em 2022 não só superou os R$ 200 bilhões, mas também os R$ 300 bilhões, e com um margem considerável.

Juros são os mais altos do mercado

De acordo com o BC, o crescimento das concessões por crédito rotativo coincidiu com a alta dos juros no Brasil. No ano passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou em 4,5 pontos percentuais os juros no país para segurar a inflação, que estava bastante elevada.

A saber, o montante emprestado pelo rotativo no cartão de crédito foi bem alto. No entanto, houve outra linha de crédito que registrou um valor ainda maior de concessões no ano passado.

Veja abaixo o volume emprestado por esta e por outras linhas de crédito em 2022:

  • Cheque especial (pessoa física): R$ 430,743 bilhões;
  • Consignado (desconto em folha): R$ 199,156 bilhões;
  • Crédito pessoal (não consignado): R$ 179,306 bilhões.

Os dados acima refletem a alta busca pelo crédito rotativo, mas isso não é nem de longe positivo para a população. Em resumo, esta é a linha de crédito mais cara do mercado.

Contudo, há um benefício que sempre atrai os consumidores: o rotativo do cartão de crédito pode ser acionado por pessoas que não têm condições financeiras de pagar o valor total da fatura na data do vencimento. Assim, o valor acaba sendo parcelado, mas os juros dessa ação são altos demais.

Como a linha de crédito é muito cara, os analistas recomendam que o consumidor a evite, seja qual for a situação em que estiver. Na verdade, o recomendado é pagar a fatura total até a data de vencimento para evitar dores de cabeça. Em outras palavras, todos devem ficar atentos para não terem gastos superiores à renda que possuem para pagar o cartão.

A propósito, o rotativo é a linha de crédito pré-aprovada no cartão, o que facilita o seu uso pelas pessoas. Além disso, o rotativo inclui saques feitos na função crédito do meio de pagamento.

Busca pelo rotativo no cartão de crédito dispara

Vale destacar que a busca por concessões do cartão de crédito rotativo em 2022 superou de maneira significativa a média de concessões de todo o crédito bancário. No ano passado, a taxa de crescimento foi de 14% em relação a 202, totalizando R$ 5,32 trilhões.

Isso quer dizer que a busca pelo rotativo do cartão de crédito foi 3,7 vezes superior à média de concessões de todo o crédito bancário. Inclusive, o BC destacou que houve desaceleração desse aumento em relação a 2021, quando a taxa de expansão chegou a 16,3%.

Em 2020, o aumento foi de 15,6%, superando o crescimento registrado no ano passado. Contudo, mesmo sendo a menor taxa dos últimos três anos, a expansão ainda foi bastante expressiva, configurando-se como a terceira maior desde 2013, que teve um aumento de 14,5%, atrás apenas dos resultados de 2020 e 2021.

Em suma, o BC revelou que o crédito a empresas cresceu 9,3% em 2022, na comparação com o ano anterior, que teve uma taxa de crescimento de 10,5%. Por sua vez, o crédito às famílias cresceu 17,4% no ano passado, ante um aumento de 21% em 2021.

Confira abaixo as modalidades que fizeram sucesso no ano passado no crédito para as famílias:

  • Crédito pessoal não consignado;
  • Crédito consignado para servidores públicos;
  • Crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS;
  • Crédito consignado para aquisição de veículos;
  • Cartão de crédito.
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