O Brasil está passando por uma das piores ondas de calor da história, que faz as temperaturas superarem os 40 °C em diversas partes do país. O motivo é uma massa de ar quente e seco que bloqueia a chegada de frentes frias e a formação de nuvens.
A onda de calor deve se estender até o final de setembro, trazendo riscos para a saúde, o meio ambiente e a economia. Neste artigo, esclareceremos o que é uma onda de calor, quais as suas causas, quais os estados mais atingidos e qual a previsão do tempo para os próximos dias.
O que é uma onda de calor?
Uma onda de calor é um fenômeno meteorológico que se caracteriza por um aumento anormal das temperaturas em uma determinada região. Por isso, se compara com as médias históricas para o período do ano.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), uma onda de calor ocorre quando a temperatura máxima fica 5 °C acima da média por pelo menos cinco dias seguidos. As ondas de calor podem acontecer em qualquer época do ano. Entretanto, são mais frequentes na transição entre o inverno e a primavera, quando há maior incidência de radiação solar.
Quais as causas da onda de calor?
A principal causa da onda de calor que afeta o Brasil é a presença de uma grande massa de ar quente e seco sobre o país. Essa que, impede a circulação dos ventos e a entrada de massas de ar frio vindas do sul. Essa massa de ar quente é chamada de cúpula ou bolha de calor, por funcionar como uma tampa que aprisiona o ar quente na superfície.
Além disso, alguns fatores podem contribuir para intensificar ou prolongar a onda de calor, como:
- A proximidade do equinócio da primavera, que ocorreu no dia 22 de setembro, quando o dia e a noite têm a mesma duração e há maior incidência de radiação solar sobre o país;
- A influência do fenômeno La Niña, que provoca o resfriamento das águas do Oceano Pacífico e altera os padrões climáticos globais. Dessa forma, favorecendo a formação de bloqueios atmosféricos que impedem a passagem das frentes frias;
- As mudanças climáticas causadas pelo aumento das emissões de gases de efeito estufa, que elevam a temperatura média do planeta e tornam os eventos extremos mais frequentes e intensos.
Quais os estados mais afetados pela onda de calor?
Segundo o Inmet, a onda de calor afeta praticamente todo o território nacional, com exceção da Região Sul, que deve receber uma frente fria nos próximos dias. Os estados mais afetados são:
- Pará: as partes sudoeste e sudeste do estado devem registrar temperaturas acima de 40 °C;
- Tocantins: todo o estado deve sofrer com o calor intenso, podendo chegar a 43 °C em algumas cidades;
- Mato Grosso: as áreas nordeste, sudeste, sudoeste e norte do estado também devem ter temperaturas acima de 40 °C, especialmente na região do Pantanal;
- Goiás: as regiões central, sul, norte e noroeste do estado estarão sujeitas ao calor extremo, com máximas entre 37 °C e 40 °C;
- Mato Grosso do Sul: todo o estado será impactado pela onda de calor, com destaque para as cidades próximas à fronteira com o Paraguai, onde os termômetros podem bater 45 °C;
- São Paulo: todo o estado será afetado pelo calor, com máximas entre 35 °C e 40 °C em várias regiões, inclusive na capital;
- Paraná: as regiões norte, noroeste, oriental, ocidental, oeste e área metropolitana de Curitiba serão as mais atingidas pelo calor, com máximas entre 32 °C e 34 °C;
- Minas Gerais: a região do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba sentirá os efeitos do calor intenso, com máximas entre 37 °C e 40 °C;
- Rio de Janeiro: a parte sul do estado também estará sujeita a altas temperaturas, com máximas entre 36 °C e 39 °C em muitas cidades;
- Rondônia, Amazonas, Bahia, Piauí e Maranhão: esses estados também devem registrar temperaturas acima de 40 °C em algumas localidades.
Qual a previsão do tempo para os próximos dias?
A previsão do tempo indica que a onda de calor deve se manter até o final de setembro, com algumas variações conforme a região. A tendência é que as temperaturas se mantenham elevadas durante o dia e caiam um pouco à noite, mas sem provocar sensação de frio.
Portanto, a umidade relativa do ar também deve ficar baixa, principalmente no período da tarde, podendo atingir níveis críticos em algumas áreas. Dessa forma, a nebulosidade será baixa na maior parte do país, com poucas chances de chuva.
Por fim, a exceção é a Região Sul, que deve receber uma frente fria nos próximos dias, provocando queda de temperatura e aumento da umidade. No entanto, o resfriamento será passageiro e o calor deve voltar em seguida.