Combustível, energia e carne são os maiores responsáveis pela inflação

Combustível, energia e carne são os maiores responsáveis pela inflação

Se hoje fosse possível descontar do cálculo da inflação itens como combustíveis, energia e carne, o IPCA acumulado dos últimos 12 meses estaria em 4,37%, ao invés da taxa que já chega a 9,68% e compromete um risco fiscal no país. O estudo foi realizado pela Fundação Getúlio Vargas.

Então se os preços desses três itens tivessem se permanecido estáveis, a inflação estaria abaixo de 5% e dentro da meta que foi estipulada para o Governo neste ano. O estudo foi elaborado pelo economista Robson Gonçalves, que analisou diversos itens, como a gasolina, etanol, diesel, botijão de gás, energia elétrica e carnes vermelhas.

Impacto da alta da inflação no bolso do consumidor

Entre os maiores aumentos de preço nos últimos 12 meses, o etanol lidera a lista com 62,3%, seguido da gasolina que subiu 39,1% e do diesel com 35,42% de alta. Mesmo não estando na primeira posição em aumento de preço, o maior impacto para a inflação no ano é por conta da gasolina, com 2,34% pontos percentuais.

Infelizmente a inflação está centralizada em itens que são necessários para a sobrevivência, sendo que essa inflação acaba punindo principalmente os de menor renda. A inflação é sempre medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que se refere às famílias que recebem até 5 salários mínimos.

Segundo os economistas da FGV, é muito difícil fugir de uma inflação de quase 10%

A inflação atual tem um aspecto que a faz ser quase impossível passar ileso. Isso significa que mesmo com a alta dos preços e com um salário que não acompanha, os brasileiros não tem como deixar de comprar carnes, mesmo que com opções mais econômicas ou de pagar por uma energia elétrica e botijão de gás.

O IPCA tem apresentado um avanço significativo desde março, ficando acima do teto estabelecido pelo Governo, que era de terminar o ano em uma inflação de no máximo 5%. A inflação persistente também é resultado da crise hídrica e da tensão política que tem levado ao afastamento de diversos investidores do país.

No último boletim Focus realizado pelo Banco Central, a projeção de inflação ao longo do ano passou de 7,58% para 8%. Para 2022, a previsão também aumentou, de 3,98% para 4,10%.

Impacto do aumento da gasolina e energia elétrica para as famílias

A disparada que a gasolina e energia elétrica vem demonstrando ao longo de 2021, está se mostrando como um agravante extra pelo fato de serem itens essenciais, estando entre os 400 itens que são calculados pelo IBGE para medir o IPCA mensal.

A gasolina tem um peso de 5,98% e a energia elétrica fica com 4,81%. O aumento do preço do combustível somado ao pico da inflação, acaba fazendo com que um alto número de motoristas de aplicativo, infelizmente abandonassem as corridas pelo fato de não ser possível obter um lucro considerável com a gasolina elevada. A Uber até fez um reajuste das tarifas, mas não está animando tanto os condutores.

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