Busca pela palavra “inflação” cresce 50% na internet no último semestre

Busca pela palavra “inflação” cresce 50% na internet no último semestre

No segundo semestre de 2021 a busca pela palavra “inflação” na internet cresceu mais de 50%. Este termo também passou a ser mais publicado pela mídia, e até mais usado pelos políticos na câmara dos deputados, aparentando ser um tema de maior interesse entre a população brasileira.

Em questões de porcentagem, a busca por “inflação” na plataforma Google, subiu quase 51%. Na mídia, as menções subiram 52,2%, enquanto na Câmara dos Deputados em discursos e documentos a menção  subiu cerca de 35,5%.

Estes dados são de uma pesquisa realizada pela empresa Belo Investment Research, onde seu diretor de estratégia, Rafael Foscarini,  diz que a explicação para a menção menor na Câmara dos Deputados, apesar de ser um assunto que tem preocupado todo o país, pode ser porque é um assunto impopular.

De acordo com Foscarini, “só é possível tratar do assunto de forma negativa. Não há outra opção no cenário em que o Brasil se encontra”. O diretor acredita que a busca pelo termo vá diminuindo ao longo do tempo, mas que vai seguir, provavelmente, seguindo o ritmo de redução dos preços.

A inflação no país

A pesquisa foi realizada utilizando uma Inteligência artificial, que consegue registrar as palavras mesmo que haja erros gramaticais ou de acentuação. De acordo com a analista de economia, Thais Herédia, “essa é uma forma de conseguir alcançar a maior quantidade de menções e de buscas, e fazer uma leitura mais completa sobre o comportamento das pessoas”.

De acordo com a analista, essa busca revela que todas as gerações (as que passaram ou não por períodos de inflação) buscaram esse tipo de informação. “Tanto para saber se é parecida com o que já vivemos, quanto para aqueles que não viveram entender o que é isso”, explica.

Segundo Priscila Yazbek, analista de economia, a inflação chegou a 10,74% em 12 meses, segundo os últimos dados do IBGE, essa é a maior inflação desde o ano de 2003. “É por isso que esse assunto está tão em voga, e por isso que as pessoas estão se preocupando tanto. Isso deve ressoar também na política, porque este ano temos eleições”, concluiu.

Yazbek traz uma pesquisa da Genial Quest de dezembro, que indicou que a economia é o principal problema do país de acordo com 41% dos entrevistados. Saúde e pandemia ficaram com 19% das respostas. Os maiores problemas, para eles, são desemprego, crescimento econômico e inflação. Em julho do ano passado, esse percentual era diferente, cerca de 41% para saúde e pandemia, e 28% para economia.

Expectativas para o futuro

O cenário brasileiro daqui para frente pode não ser o mais adequado quando o assunto é a inflação. Todavia, de acordo com o economista  André Braz, da FGV (Fundação Getulio vargas), os alimentos podem trazer algum alívio para a população. O cenário indica que teremos boas safras no começo do ano, o que deve ajudar, principalmente, a inflação para baixa renda que é muito baseada nesses preços.

Além disso, Braz lembra que muitos economistas interpretam a inflação como se fosse “um imposto” sobre a população de baixa renda, já que faz com que esse grupo compre muito menos com a mesma quantia de dinheiro. “Esse tema deve ser um dos grandes destaques para o ano de 2022”, diz Braz.

Como boa parte da população está trabalhando em situação de informalidade, alíquota essa que no mercado brasileiro corresponde a 40% atualmente da população, essa porcentagem não recebe aumento, nem reajuste de acordo com a inflação. Por essa razão, acabam sofrendo muito com esse aumento de preços.

 

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