Mais de 18 milhões de famílias brasileiras estão em situação de extrema-pobreza no Brasil. Segundo as projeções oficiais, o número pode ser traduzido para mais de 47 milhões de brasileiros. O dado é referente ao último mês de maio e considera apenas as pessoas que estão dentro do Cadúnico, a lista que o Governo Federal usa para selecionar cidadãos para projetos sociais.
Falando nisso, o número de famílias que estão em situação de extrema-pobreza é maior do que o atual número de usuários do Auxílio Brasil. Dados do Ministério da Cidadania apontam que mais de 18,4 milhões estão nesta condição, ao mesmo passo em que 18,1 milhões estão aptos ao recebimento do programa social.
Para ser considerado um indivíduo em extrema-pobreza, o cidadão precisa estar recebendo uma renda per capita que varia entre R$ 0 e R$ 105. Para chegar ao número, basta somar os valores brutos dos ganhos de todos os integrantes da família e dividir pela quantidade de integrantes que residem em uma mesma casa.
Dados do Cadúnico revelam que entre os meses de janeiro e abril, o número de usuários que faziam parte do Auxílio Brasil era notadamente maior do que a quantidade de cidadãos em situação de extrema-pobreza. Todavia, a situação mudou a partir de abril e piorou em maio. Hoje, o déficit está na casa dos 300 mil brasileiros.
Vale lembrar ainda que o Auxílio Brasil não atende apenas as pessoas que estão em situação de extrema-pobreza. Quem está em condição de pobreza também pode receber o benefício desde que resida com uma gestante ou ao menos um menor de 21 anos de idade. Por este prisma, a diferença é ainda maior.
A fila de espera
Uma fila de espera para entrada em um programa social se forma quando o número de cidadãos aptos ao recebimento de determinado benefício é maior do que a quantidade de vagas disponíveis no projeto em questão.
No caso específico do Auxílio Brasil, estimativas da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) apontam que quase 3 milhões de pessoas estão exatamente nesta situação. São cidadãos em situação de extrema-pobreza e de pobreza.
Em regra geral, o cidadão que quer fazer parte do Auxílio Brasil, precisa obedecer duas regras básicas. A primeira é estar dentro deste limite de renda e a segunda é justamente ter uma conta ativa e atualizada no Cadúnico.
O Auxílio Brasil
O Governo Federal iniciou os pagamentos do Auxílio Brasil ainda no final do último mês de novembro de 2021. Na ocasião, apenas as pessoas que faziam parte do antigo Bolsa Família é que podiam receber o novo benefício social.
Em janeiro deste ano, o Governo Federal decidiu inserir mais de 3,5 milhões de pessoas de uma só vez na folha de pagamentos do programa social. Desde então, a fila de espera voltou a se formar mais uma vez já a partir de fevereiro.
Em agosto, o poder executivo pretende elevar o número de usuários mais uma vez. O plano é inserir mais de 2 milhões de pessoas na folha de pagamentos. Dessa forma, o Ministério acredita acabar com a chamada fila de espera pela segunda vez este ano.