Em breve, o Brasil poderá criar mais um setor de aposentadoria. Em entrevista nesta quarta-feira (29), o ministro dos Esportes, André Fufuca, disse que a ideia é pagar este auxílio para os esportivas de alto rendimento, ou seja, os atletas brasileiros que costumam participar de eventos de ponta, como as Olimpíadas, por exemplo.
Embora tenha anunciado esta ideia hoje, Fufuca fez questão de frisar que o projeto ainda está no campo dos estudos, e que o governo federal deverá divulgar a origem dos recursos para esta nova aposentadoria apenas em um segundo momento.
“O atleta de alto desempenho leva o nome do Brasil em todo canto do mundo, no lugar mais alto do pódio, leva nossa bandeira e, quando para de competir, não ganha um centavo. Se ele não tiver nome para fazer propaganda ele vai passar necessidade. Temos que ver uma maneira de financiar isso”, disse Fufuca.
Além da aposentadoria do INSS
No mesmo evento, o ministro criticou os preços dos ingressos que são cobrados para eventos esportivos em todas as regiões do país.
“Esporte é inclusão social, é saúde, educação e lazer. Mas quem hoje recebe dois ou três salários tem condição de levar sua família para o estádio? O estádio cobra R$ 5 mil para assistir uma final de campeonato, R$ 2 mil reais, R$ 1.500. Não tem como. Por isso, já estamos estudando e vamos conseguir instituir o ingresso social no Brasil. Estamos conversando com os clubes e com a CBF”.
Bolsa técnico
Também neste mesmo evento, Fufuca disse que o governo federal pretende criar uma nova bolsa. Desta vez, no entanto, a ideia central é ajudar os técnicos de todas as modalidades.
“O atleta tem o direito, mas o técnico também o direito de bolsa-técnico. O técnico do boxe, por exemplo, a vida dele é a vida do atleta. O atleta vai ser beneficiado, mas ele [técnico] tem família, tem suas despesas, tem que dar conta do lazer, saúde e educação dos seus filhos. É importante que possamos avançar também na questão do bolsa técnico”, defendeu, sem indicar de onde poderiam vir os recursos.
Fila do INSS
Enquanto o Brasil debate a criação de uma nova aposentadoria, o fato é que os benefícios existentes seguem com problemas. Dados mais recentes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) indicam que mais de 1,6 milhão de pessoas estão na fila de espera pelo recebimento de um benefício previdenciário.
O ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), voltou a falar nesta semana sobre a fila de espera do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo ele, a culpa pelo tamanho da lista não seria do atual governo, mas da gestão anterior. De todo modo, ele seguiu prometendo zerar a fila de espera.
“Estamos cada vez mais focados na missão de enquadrar a fila do INSS em até 45 dias, que foi gerada nos últimos anos, bem como aprimorar os serviços. É o resgate de uma instituição que foi dilapidada”, disse, ao elogiar a gestão do atual presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
“Entre as prioridades do governo federal, a Previdência Social garante a cidadania de mais de 39 milhões de brasileiros e impulsiona o desenvolvimento da nação. Com o trabalho presencial e a reestruturação das agências, os beneficiários perceberão a evolução do maior programa social continuo do mundo. O povo precisa diariamente de todos nós e vamos responder com qualidade”, completou.
O fato, no entanto, é que o governo federal não deve conseguir cumprir a promessa de reduzir por completo a fila de espera para o recebimento de benefícios previdenciários do INSS. Desde o início do ano, a promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do próprio ministro Carlos Lupi era reduzir a lista por completo até o final de 2023.