Brasil e Argentina devem assinar acordo sobre gás natural (saiba mais)
Parceria entre os dois países deve ser ampliada
O Brasil e a Argentina devem assinar um acordo de integração energética para levar gás natural contido na bacia da Patagônia na cidade de Vaca Muerta, até o estado do Rio Grande do Sul. Parte do gasoduto que irá ligar as duas regiões deverá ser financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O presidente argentino Alberto Fernández disse que conversou com Lula, onde analisaram um possível acordo de integração econômica e energética com o Brasil. Ele afirmou que a reunião que teve com o presidente brasileiro foi sensacional. O líder espera que a nova aproximação entre os dois países seja frutífera.
Fernández afirmou que “tenho certeza que estamos avançando em nível mais profundo do que tínhamos. Nossa aproximação vai durar décadas”. O presidente disse ainda que todos conhecem o carinho e a admiração que ele tem por Lula. Segundo ele, o presidente brasileiro é um líder regional e um grande estadista.
Todavia, o presidente da Argentina fez uma menção sobre a forma de Lula governar nos primeiros mandatos, e sobre suas ações de combate à fome. Ele afirmou que sente que o Brasil e a Argentina lançaram uma nova etapa relacionada a sua parceria, como grandes países e líderes do continente sul americano.
Reunião com Lula
Lula (PT), durante uma entrevista exclusiva ao lado do presidente argentino, afirmou que o Brasil pretende ajudar o país vizinho em projetos de infraestrutura. O BNDES dará o apoio financeiro, para que, por exemplo, o gasoduto leve o gás natural da Argentina não só para o nosso país, mas para outros países vizinhos.
O presidente brasileiro disse que há interesse do governo e de empresários, e que o Brasil possui um banco de desenvolvimento, que pode criar as condições necessárias para financiar os projetos da Argentina. Ele irá auxiliar o país oferecendo as condições necessárias para a realização das propostas.
Aliás, de acordo com Lula, “Eu tenho certeza que os empresários brasileiros têm interesse no gás natural e nos fertilizantes que a Argentina tem, e no conhecimento científico e tecnológico da Argentina”. O presidente ressaltou a instituição financeira BNDES com seu importante papel no financiamento da economia.
Analogamente, o presidente brasileiro afirmou que sentia orgulho, nos governos anteriores, quando o Brasil ajudava países do continente com menores condições econômicas. Ele afirma que isso tem que acontecer, os países maiores devem ajudar outros que não estão em uma situação financeira igual ou superior.
Gasoduto Nestor Kirchner
De acordo com o presidente brasileiro, o país deve criar as condições necessárias para a construção do gasoduto chamado Nestor Kirchner, através do BNDES. Uma das vantagens da construção de sua estrutura é a de que a Argentina deve ofertar o gás natural com um baixo preço para o Brasil, o que pode ser bastante vantajoso.
O governo argentino busca um financiamento na ordem dos US$689 milhões, para a construção do segundo trecho de seu projeto. A ampliação tem o objetivo de aumentar o escoamento das reservas não convencionais de Vaca Muerta, em Neuquén, próximo à província de Santa Fé.
Ademais, o gasoduto permitirá à Argentina substituir as importações de gás natural da Bolívia e abrir a possibilidade de exportar o gás de Vaca Muerta até o Sul do Brasil. Lula afirma que sua política relacionada aos países vizinhos da América do Sul é bastante criticada no Brasil, mas que é necessário que o país ajude seus parceiros.
O presidente do Brasil afirma que deverá realizar estas ações, dentro das possibilidades econômicas de nosso país. De fato, uma integração entre os vizinhos do sul pode trazer inúmeros benefícios. A criação do gasoduto e a moeda em comum são os passos iniciais para uma grande parceria.
Entrevista com o presidente Lula
Em seu discurso, Lula também falou sobre a discussão entre o Brasil e a Argentina sobre a proposta de criação de uma moeda em comum. Desse modo, o presidente disse que os dois países têm que trabalhar com suas equipes econômicas, seus ministros da Fazenda e apresentar uma proposta viável.
Dessa forma, os dois países poderiam ingressar em projetos em comum relacionados ao comércio exterior. Eles também podem atuar em conjunto em transações econômicas e financeiras, a partir da criação de uma moeda em comum. Em conclusão, para isso, Lula espera que haja um grande debate sobre o assunto, com várias reuniões entre as partes.