Brasil atinge recorde de 14,3 milhões de desempregados

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 14,2%, representando a maior taxa para um trimestre encerrado no mês de janeiro. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já o número de pessoas desempregadas alcançou a marca recorde de 14,3 milhões de brasileiros. Há 12 meses, esse número era de 11,9 milhões de pessoas. A série histórica em relação ao número de desempregados da forma que é contabilizada atualmente se iniciou em 2012.

Desde o ano de 2017, no entanto, não se havia atingido um número tão grande de desempregados como foi registrado agora em janeiro. Na ocasião, esse valor era de 14,1 milhões de pessoas e ocorreu no mês de março daquele ano.

Esses dados foram obtidos através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No trimestre encerrado em dezembro, a mesma pesquisa havia registrado 13,9% de desempregados, correspondente a 13,9 milhões de brasileiros.

Cresce desemprego no Brasil, mas também o número de ocupados

A partir do trimestre encerrado em setembro, quando a taxa de desemprego atingiu os 14,6%, a Pnad registrou em seguida uma sequência de 3 quedas seguidas com as atualizações mensais. Essa alta de 0,3 ponto percentual registrado nas informações da pesquisa atual interrompe essa sequência de quedas no desemprego do país.

No período de 12 meses, ocorreu um aumento de 2,4 milhões de desempregados no Brasil, o que é equivalente a 19,8% de crescimento de lá para cá. Importante lembrar que para ser considerado como “desempregado” na pesquisa da Pnad, é necessário que a participante tenha procurado por emprego pelo menos nos últimos 30 dias à data da pesquisa.

O número de ocupados no Brasil teve um crescimento de 2% e alcançou a marca dos 86 milhões de pessoas. Esse aumento em janeiro equivale a 1,7 milhão de pessoas. No intervalo dos últimos 12 meses, esse número teve uma redução de 8,6%, que corresponde a 8,6 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho.

No número de ocupação por atividade, esse aumento de 1,7 milhão de pessoas ocupadas se distribui da seguinte forma:

  • Informação/comunicação – 313 mil;
  • Serviços domésticos – 228 mil;
  • Agropecuária – 225 mil;
  • Administração pública – 225 mil;
  • Comércio – 206 mil;
  • Construção – 178 mil;
  • Outros serviços – 152 mil;
  • Alojamento e alimentação – 90 mil;
  • Transporte – 58 mil;
  • Indústria geral – 33 mil;

Trabalhadoras subutilizados e renda média

Entre as pessoas que apresentam uma idade para trabalhar, 48,7% tinham uma ocupação. Os trabalhadores subutilizados, ou seja, a soma de desempregados, desalentados, dos que poderiam trabalhar, mas não estão e até mesmo os que trabalham menos de 40 horas por semana, totalizaram 32,4 milhões de brasileiros.

O número de trabalhadores subutilizados é equivalente a uma taxa de 29% no trimestre encerrado em janeiro. Nos 12 meses anteriores a esse registro, essa taxa era de 23,2%. Vale salientar que 5,9 milhões acabaram desistindo de procurar uma oportunidade de trabalho.

A taxa de informalidade, ou seja, do número de ocupações sem carteira assinada é de 39,7% do total da população ocupada. Nos 12 meses anteriores, ou melhor, no mesmo trimestre de análise, só em 2020, essa mesma taxa de informalidade era de 40,7%.

Além disso, a renda média dos trabalhadores foi de R$2.521, o que representou uma queda de 2,9% em relação ao trimestre com início em agosto e final em outubro, mas o valor acabou ficando muito próximo ao alcançado há 1 ano (considerando a data de referência da pesquisa).

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