A Petrobras seria um “monstrengo” de acordo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A declaração foi dada num contexto que o presidente avalia vender ao menos parte da estatal, antes as afirmações estavam voltadas aparentemente para a venda completa.
Ele também negou que tenha influência na empresa e voltou a dizer que já está em contato com a equipe da Petrobras – o que foi negado por representantes da estatal na semana passada. “Não tenho ingerência sobre a Petrobras, tanto que espero privatizar parte dela, o que não é fácil. Já entrei em contato com a equipe econômica”, contou Bolsonaro, em entrevista à rádio Cultura do Espírito Santo .
A chefe do Executivo ainda criticou o lucro dos acionistas sobre a Petrobras, mesmo que o estado fique com a maior parte, já que detém maior parte da petroleira. “A Petrobras é um monstrengo, é uma coisa estatal, tem monopólio e vive em função dela. Ela vive das legislações existentes para que os acionistas nunca tenham, não digo prejuízo, mas lucro bom”, se explicou o presidente.
Venda da Petrobras
Essa não é a primeira vez que Bolsonaro crítica a Petrobras, já que a alta do preço da gasolina tem prejudicado a popularidade do presidente. Acontece que os valores vem sendo reajustados de acordo com o mercado internacional, fortemente influenciado pelo dólar.
O alta do dólar tem haver, por exemplo, com a estabilidade política e econômica do país e não diretamente com a estatal em si. Inclusive, o presidente da estatal Joaquim Silva e Luna disse, afirmou, no mês passado, que os combustíveis, como a gasolina poderiam faltar se o preço não fosse reajustado. “Se o preço for praticado artificialmente vai haver desabastecimento no mercado. Isso é uma coisa grave e séria que a gente tem que estar atento. Os valores precisam permitir que haja a importação do combustível”, relatou Silva e Luna.
Ele também saiu em defesa do governo na época. “A Petrobras não deixa faltar combustível no mercado, ela paga tributo, paga royalties e gera empregos. Essa é a grande contribuição que a empresa dá. Uma empresa robusta pode ajudar o país. Antes a empresa trabalhava seis meses por ano para pagar o juro da dívida. Passamos desse vale da morte. O governo está agindo. O presidente está preocupado e está agindo junto com os seus atores para encontrar uma solução”, disse o presidente da Petrobras.