Em entrevista ao jornal O Globo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu a criação de um novo programa que irá garantir uma espécie de bolsa para jovens.
O programa mencionado na entrevista é o Bônus de Inclusão Produtiva (BIP). Que já teria sido mencionado em entrevistas anteriores.
“Da mesma forma que se dá R$ 200 para uma pessoa que está inabilitada para receber o Bolsa Família, por que não poderia dar R$ 200 ou R$ 300 para um jovem nem-nem? Ele nem é estudante nem tem emprego. Ou seja, é um dos invisíveis”, declarou o ministro.
Para se ter uma ideia, no último trimestre de 2020, 25,5% dos jovens de 15 a 29 anos foram considerados “nem-nem”. Este foi um dos reflexos da crise econômica que se agravou com a pandemia.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte do levantamento da pesquisadora Thais Barcellos, da consultoria IDados.
Como o programa de bolsa para jovens vai funcionar?
De acordo com o ministro, para ter direito ao valor da bolsa para jovem seria necessário “bater ponto” e participar de um treinamento para o mercado do trabalho, “Ele vai ser servente de pedreiro, mecânico… É uma oportunidade. Ele é a vítima da nossa legislação trabalhista”, declarou o ministro.
Guedes ainda deu declarações sobre os jovens de classe média. “Quando você bota lá salário-mínimo, um rapaz filho de uma classe média, que estudou em uma boa universidade, fala duas línguas, ele consegue emprego com salário-mínimo”, relatou.
Guedes não de detalhes de quando o programa de fato vai ser iniciado e em que fase ele se encontra. O BIP seria uma espécie de plano B para a economia do Brasil. “A primeira coisa é a vacinação em massa”.
Outros assuntos
Além de falar sobre o BIP e anunciar uma possibilidade para o auxílio emergencial 2021, na entrevista Guedes também deu declarações em relação a agenda de reformas. “O presidente ia apoiar o programa liberal na economia. O presidente mesmo brinca que já foi 99%, agora é 97%, ele fala. Aí eu brinco: “Não, presidente, o senhor está em 65%”, comentou o ministro na entrevista.
Ele também comentou sobre a dificuldade que vem enfrentando para colocar o seu projeto para economia em prática. “Estou tendo que lutar dez vezes mais do que eu pensei que fosse lutar. Porque a aderência é um pouco menor do que eu pensar. Mas sem reclamação. É uma democracia”, pontuou.
Mesmo com a economia em crise, ele declarou que acredita ter tido papel fundamental até agora. “Sem falsa modéstia, eu sei que fui crucial em momentos decisivos”, disse sem poupar elogios a sim mesmo. “A nossa velocidade de resposta à crise, a nossa capacidade de fazer uma política econômica integrada, tudo isso só foi possível porque tinha esse comando único na economia”, detalhou.